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Cássio e o rompimento com Ricardo (Sergio Botelho)

Sérgio Botêlho 

Pode parecer vaidade lembrar que eu sempre defendi a tese de que o senador Cássio Cunha Lima vai ser candidato ao governo estadual. Mas, o fato é este mesmo: eu sempre disse isto. E não precisava ter conversado com ele para saber dessa verdade, e nem ter bola de cristal.
A questão sempre foi simples de entender: a conjuntura empurra Cássio para a disputa, rompendo sua mais recente aliança, a que foi estabelecida, com resultado positivo, nas eleições de 2010, e que conduziu Ricardo Coutinho ao Palácio da Redenção.
Agora, parece não existir mais dúvida a respeito do rompimento, apesar de o colunista haver recentemente anotado alguma entre os peemedebistas. A realidade que se impõe é a de que os últimos fatos e declarações não deixam dúvida quanto à candidatura tucana na Paraíba.
Para começar: consta que dom Pagotto (e ele não desmentiu explicitamente a história), atual arcebispo paraibano, muito afeito à política, foi a Cássio pedir para que ele não rompesse com Ricardo. Mais cinco deputados paraibanos também foram a Cássio com o mesmo pedido.
Cássio respondeu que não poderia fazer nada, uma vez que sua candidatura era uma exigência popular. Leia-se: dos cassistas que não suportam mais a abstinência do poder, e de parcela da população que não aguenta mais o mau humor governista.
Cássio teria alertado, ainda, para a exigência, no sentido de sua candidatura, oriunda da candidatura nacional do PSDB, na pessoa do senador Aécio Neves. Lá vem a vaidade: as mesmas razões que sempre foram esgrimidas pelo colunista como sinais da candidatura de Cássio.
Agora, vem outra notícia, que envolve o presidente estadual do PSDB na Paraíba, o deputado federal Ruy Carneiro – neto do lendário senador Rui Carneiro, do PSD-PMDB paraibano – que herdou do avô o prenome, substituído o “i” pelo “y”.
Pois bem. Ruy Carneiro acaba de chamar o PSB de Ricardo Coutinho de “arrogante e autoritário”, adjetivações até hoje somente utilizadas pelos próceres da oposição ao governador, e não exatamente apropriadas a parceiros que desejam manter a união.
Portanto, que se entenda, desde logo, que termos três candidaturas ao governo da Paraíba: a do atual governador Ricardo Coutinho, a do senador Cássio Cunha Lima, e a do ex-prefeito campinense Veneziano Vital do Rego, por PSB, PSDB e PMDB, respectivamente.
E pela primeira vez na história da Paraíba, será possível acontecer uma disputa eleitoral com três candidatos em pé de igualdade. Principalmente se Vital do Rego, irmão de Veneziano Vital do Rego, sair ministro de Dilma, no ministério em gestação no Planalto, e receber o apoio do PT.