Bolsonaro defende o 13º salário e sugere que seu vice desconhece a Constituição
Presidenciável se irritou com a declaração do general Mourão, depois que o candidato a vice disse publicamente que o 13º salário era uma ‘jabuticaba’
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, demonstrou, na tarde desta quinta-feira (27), que sua chapa presidencial possui opiniões contrárias quanto aos direitos trabalhistas garantidos pela Constituição Federal. Isso porque, logo depois que o seu candidato a vice, o general Hamilton Mourão, criticou o pagamento do 13º salário e do adicional de férias aos trabalhadores, Bolsonaro elogiou o benefício.
“O 13º salário do trabalhador está previsto no art. 7º da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (Não passível de ser suprimido sequer por Proposta de Emenda à Constituição)”, escreveu Bolsonaro hoje em uma publicação no seu Twitter. “Criticá-lo, além de ser ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, acrescentou.
A mensagem de Bolsonaro é uma crítica a Mourão, um posicionamento claro do candidato presidenciável sobre o assunto e também uma orientação a seus aliados, para que se declarem a favor das garantias trabalhistas. A polêmica fala de Mourão veio à tona no fim da manhã desta quinta-feira.
Mourão disse que o 13º salário é uma ‘invenção brasileira’
As declarações do candidato a vice foram dadas ontem durante uma palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, Mourão afirmou que o 13º salário e o pagamento extra no período de férias são ‘coisas que só acontecem no Brasil’. Para tanto, ele comparou tais pagamentos garantidos pelos direitos trabalhistas de “jabuticabas”.
“Se a gente arrecada 12 (meses), como é que pagamos 13? É complicado. O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais”, afirmou. “São coisas nossas, a legislação que está aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo”, disse o general.
Em seu discurso, Mourão ainda classificou o 13º como “uma mochila nas costas do empresário brasileiro” e afirmou que é necessária uma “implementação séria” da reforma trabalhista.
Segundo fontes próximas do candidato do PSL, nas primeiras conversas a respeito do episódio sobre o 13º salário , Bolsonaro voltou a defender que Mourão não se pronuncie e nem vá a eventos públicos durante o período de campanha. Na semana passada, o candidato a vice já havia sido orientado a suspender sua agenda por conta de uma série de declarações.
Fonte: Último Segundo – iG /vavadaluz