O ex-secretário executivo de Segurança Pública da Paraíba, Raimundo Silvany (foto), responsável por arquivar o inquérito da Polícia Civil, que apurava o suposto envolvimento de secretários estaduais a um esquema de recebimento de propinas, relevou, nesta quinta-feira (25), afirmou que não lembra do caso.
A denúncia, feita originalmente em um site da internet, aponta que em junho de 2011 durante uma operação realizada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), em João Pessoa, em uma abordagem a um veículo os policiais civis apreenderam R$ 81 mil. O dinheiro seria entregue, como forma de “mensalão” aos secretários estaduais. Ontem, o Fórum dos Servidores do Estado entregou ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) um pedido de averiguação dos documentos publicados na internet que denunciam supostos pagamentos de propina aos secretários.
“Em dois anos eu assinei muitos documentos, não vou lembrar desse especificamente. Deixei a secretaria há algum tempo e não quero levar nada de lá”, disse Silvany, que em julho de 2011, determinou o arquivamento do procedimento.
O veículo apreendido foi um Wolkswagen Fox, com placa de Pernambuco (DYE 5922), conduzido por Rodrigo Lima da Silva, que ainda tentou fugir da abordagem policial. Responsável na época por conduzir a oitiva do suspeito detido, o delegado Állan Murilo Terruél se limitou a dizer, ontem, à reportagem, que todo o trabalho desenvolvido pela equipe da DRE foi relatado no inquérito.
“Não vou me manifestar sobre isso. Eu trabalhei como técnico”, disse Terruél. Além dele, assinam o termo de declarações do suspeito os delegados: Daniella Vicuuna (gerente executiva de Polícia Civil Metropolitana), Ramirez de Almeida, Aldrovilli Grisi, Marcos Paulo Vilela, Dulcineia Costa, Cláudio Lameirão e Steferson Nogueira.
Por não caracterizar crime relacionado a entorpecentes, Terruél remeteu o caso para a delegada Daniella Vicuuna, que posteriormente enviou ofício ao delegado geral, Severiano Pedro. A intenção era que os crimes fossem investigados por uma delegacia específica, porém, Severiano remeteu o procedimento ao então secretário executivo da Seds, Raymundo José Araújo Silvany.
Ao receber os documentos, Silvany entendeu que poderia ter havido a criação de um factóide político e encaminhou o procedimento para o governo do Estado “analisar com visão política”.
MaisPB com JP Online