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ACOMPANHE AQUI OS DOIS LADOS DA NOVELA PPS X CARTAXO

BASTIDORES: saída de secretário do PPS da PMJP pode ter sido provocada por traição a Cartaxo

“Há algo podre no reino da Dinamarca”. O ditado shakespeariano pode se encaixar perfeitamente nas verdadeiras motivações que o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), teve para determinar a destituição do secretário de Infraestrutura, Ronaldo Guerra dos quadros da gestão municipal.

Uma fonte que pediu anonimato revelou ao portal PB Agora que o secretário indicado pelo PPS estaria repassando informações para um vereador que faz ferrenha oposição ao Governo petista e abastecendo os adversários de munições, quebrando assim a confiança do prefeito com tal ato de traição.

“Cartaxo ficou sabendo disso e já no sábado ligou para Ronaldo Guerra para uma conversa, frente a frente a fim de colocar os pontos nos is, no entanto, o secretário respondeu que estava na praia de Carapibus e, portanto, não iria poder retornar para a Capital para conversar com o gestor”, revelou.

O fato é que a Constituição Federal de 1988 preconiza que o cargo de confiança não tem horário pré-estabelecido, sendo seus titulares obrigados a estarem disponíveis quando convocados, o que não aconteceu no caso do secretário Ronaldo Guerra – um retrato da insubordinação.

No mesmo dia da negativa, Cartaxo, usando da prerrogativa da livre nomeação e exoneração, determinou a destituição do secretário, por considerar a postura do auxiliar desrespeitosa.

Afora esse episódio, o prefeito já não estaria satisfeito com a postura adotada por Guerra desde o início da gestão, quando ele ganhou os holofotes da mídia por ter viajado para os Estados Unidos sem comunicação prévia, deixando a pasta acéfala de comandante e colocando Luciano Cartaxo em uma verdadeira saia justa em pleno início de governo.

Ainda nos bastidores, a informação é que Cartaxo só teria mantido o indicado do PPS na pasta, por todo esse tempo, em respeito ao vice-prefeito Nonato Bandeira e também aos filiados da legenda.

Recentemente Guerra foi alvo de críticas por ter respondido de maneira ríspida a um repórter da CBN João Pessoa, ao dizer que os populares de uma comunidade que clamava por calçamento ‘não tinham o que fazer’. Após o mal estar, o gestor veio a público, pediu desculpas e informou que estava passando por um estresse naquele momento e por isso não pôde responder a contento.

Outra crítica que pesa sobre as costas do ex-secretário é o fato de ele não estar tão presente na secretaria quando gestor. De acordo com funcionários, que preferiram não se manifestar, Guerra raramente aparecia para despachar, chegando a passar até duas semanas sem sequer ‘dar o ar da graça’ na secretaria.

Cartaxo não admite, mas dá a entender que estremecimento existiu

Quando indagado se existia mais motivos nos bastidores que culminaram na destituição do secretário Ronaldo Guerra, o prefeito Luciano Cartaxo não admitiu, mas deu a entender que haviam motivações que a população de João Pessoa não precisava saber.

“Eu não vou ficar desmiuçando o dia a dia de uma secretaria, a questão de querer um desempenho melhor da pasta basta. Para mim isso é página virada, já tenho outro secretário na vaga dele e não vou entrar em detalhes, porque acho que a decisão já foi tomada e daqui pra frente o foco é trabalho. Isso não vai levar a população de João Pessoa a nenhuma vantagem saber de detalhes que por ventura possam estar acontecendo, então da minha parte eu vou preservar as minhas informações, mas tomei a minha decisão levando em consideração o rendimento do gestor”, disse.  

A reportagem do PB Agora tentou entrar em contato com o ex-secretário para ouvir o outro lado, mas seu celular encontra-se fora de área ou desligado.

Márcia Dias

PB Agora

OUTRO LADO: Guerra rebate acusações e dá versão sobre saída da pasta

OUTRO LADO: Guerra rebate acusações e dá versão sobre saída da pasta

O ex-secretário de Infraestrutura do Governo Luciano Cartaxo (PT), Ronaldo Guerra (PPS), rebateu as informações de que teria traído a confiança do prefeito e avisou que atendeu a convocação do gestor, no último sábado, para tratar da saída do cargo. Guerra informou que estava em Recife fazendo exames médicos e logo que recebeu a ligação de Cartaxo retornou para a Capital.

No encontro, ele disse que o prefeito pediu o cargo sob a alegação de fazer uma reforma administrativa. O ex-secretário disse que Cartaxo argumentou ainda que a pasta andava devagar. “Ele disse que a pasta andava devagar, que eu era um secretário fraco e eu disse que quem andava devagar era o governo dele”, disse.

Guerra ainda rebateu as acusações de que teria se ausentado da pasta sem o consentimento do prefeito. “Eu tenho 58 anos de idade, fui secretário pela sexta vez, eu não sou louco nem maluco de agir insubordinadamente, quando o prefeito me chamou eu vim e aqui ele disse que queria o cargo e eu falei que o cargo era indicação do PPS e que, portanto, ele comunicasse também a decisão à executiva”, falou.

Para Ronaldo Guerra, a falta de compromisso da gestão petista deixa a desejar. “Estão querendo me desqualificar, mas acredito que sei quem é, mas o que há na verdade é um ruído com o meu partido, essa minha saída não tem nada a ver com a minha atuação, pois sou o secretário que mais trabalhou”, asseverou. Indagado se acreditava que sua saída teria também motivações políticas, já que recentemente anunciou apoio ao PSDB de Cássio Cunha Lima. “Não, isso é porque Nonato perguntou se a minha exoneração teria sido porque eu declarei apoio ao PSDB e Cartaxo assegurou que não”, lembrou.

Guerra continuou as críticas e condenou a forma Cartaxo de governar. “Ele por falta de equipe, não tem gente, não tem quadro gabaritado, passou 25 anos no microfone, lhe falta apetrechos, ele tem muita é conversa mole, por isso agora estão querendo me desqualificar”, detonou.

O ex-secretário finalizou dizendo que não era candidato a nada e que estava no cargo apenas porque gosta de servir. “Tenho um rendimento mensal que não preciso da PMJP, estava lá enquanto indicado do PPS, mas acredito que as mentiras ditas com relação a mim vem de dentro do governo Cartaxo, porém, se continuarem a tentar me desqualificar abrirei a caixa preta de tudo que eu sei, inclusive escândalos amorosos”, falou sem querer se aprofundar no assunto. “Abrirei o jogo se continuarem tentando manchar mina imagem. Nunca fui preguiçoso e nem descansado, tenho um currículo a zelar”, avisou.

Márcia Dias 

PB Agora