O Conselho de Ética da Câmara vota neste momento, em caráter preliminar, se dá sequência ao processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação.
O pedido, apresentado pelo PSOL e pela Rede, pede a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar por obtenção de vantagem indevida e por ter omitido, em sessão da CPI da Petrobras, ser beneficiário de contas secretas no exterior.
Em relatório preliminar no qual deu admissibilidade ao pedido de cassação, o relator do processo, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), ressaltou que as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra o peemedebista são “gravíssimas” e “merecedoras de uma análise detida por parte do colegiado parlamentar”.
Discussão sobre a presença de Onyx Lorenzoni já dura cerca de meia hora. É alimentada por deputados aliados de Cunha, que lotam a sala do Conselho. A estratégia dos partidários do peemedebista é atrasar ao máximo a sessão. Caso a chamada “ordem do dia” seja aberta no plenário principal da Câmara, a sessão do conselho tem que ser encerrada.
O governo articula para evitar a cassação de Cunha e, assim, impedir que ele abra um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Petistas que não estão no Conselho de Ética defendem a saída do parlamentar, como o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
O clima é de tensão entre os três deputados federais do PT que participam da sessão. O deputado federal José Geraldo (PT-PA) circula pelo plenário e conversa ao ouvido com aliados do peemedebista, como Paulinho da Força (SD-SP) e Jovair Arantes (PTB-GO).
O deputado federal Leo de Brito (PT-AC) também levantou mais de uma vez de sua cadeira para falar com Hugo Motta (PMDB-PB), outro aliado do presidente da Câmara dos Deputados.
O deputado Manuel Junior se inscreve para falar nos debates e não esconde que defende Cunha. Ele também levantou uma questão de ordem pedindo a mudança do relator no que foi negado pelo presidente. Manuel Junior disse que iria recorrer da decisão do presidente.
Nas redes sociais, internautas ironizam a discussão sobre quem furou a fila. O deputado Wellington Roberto (PR) circula em defesa de Cunha e acaba de pedir para anexar seu voto em separado divergindo do voto do relator.