Próximo de João Pessoa, a mais ou menos cem quilômetros, está um dos mais incitantes mistérios da humanidade: a Pedra do Ingá. Quem teria feito as gravuras que cobrem as rochas, para dizer o quê? Não ficaram vestígios arqueológicos sobre os autores e não existe painel semelhante nas Américas com a profundidade e a quantidade de desenhos inscritos.
O paredão com gravuras rupestres em baixo relevo ao longo de 23,5 metros de comprimento e em 2,7 metros de altura foi dividido por uma linha de 134 capsulares, pontos horizontais pequenos. Embaixo foi inscrito figuras terrestres e em cima, símbolos astronômicos. Pesquisadores do mundo interio são atraídos pelo enigma indecifrável.
“Há outras teorias sobre quem fez esses desenhos, mas eu concordo com pesquisadores que interpretam esses painéis como mapas dos territórios por onde transitavam comunidades indígenas que teriam vivido há cerca de 6 mil anos. Eram marcados os lugares de caça, de água e neste painel temos ainda representações do cosmos”, analisa o arqueólogo Djair Fialho. “Existem desenhos semelhantes em toda a América do Sul, e estão sempre relacionados ao culto das águas. É como se já naquele tempo as pessoas passassem dificuldades pela falta de água”.
Revitalização do monumento
O Monumento Arqueológico do Ingá foi o primeiro desta categoria no Brasil tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1944. Está atualmente sob a vigilância de Vavá da Luz, ou Mário Gois da Luz, nome do secretário de municipal de Turismo do Ingá. Mas Vavá não monta guarda apenas no local. Ele batalha para “ressuscitar” um antigo projeto para restaurar o sítio, garantir a proteção e preservação, promover pesquisas científicas e o turismo.
O projeto é simples e foi planejado em 2008. Segundo o secretário municipal, os recursos para desapropriação de residências que estão na área do projeto ainda estão disponíveis e não retornaram aos cofres do governo federal. Vavá da Luz encontrou apoio junto ao Ministério Público Federal de Campina Grande, pelo procurador Bruno Barros, e o esforço resultou na formação do Grupo de Trabalho do Parque Estadual Arqueológico Itacoatiaras do Ingá, instalado oficialmente em 5 de dezembro de 2014.
Será integrado por representantes da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Superintendência do Plano de Desenvolvimento de Obras do Estado (Suplan), Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Instituto do Patrimônico Histórico e Artístico do Estado (Iphaep), Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa) e Departamento de Estradas de Rodagem da paraíba (DER). Representantes da Prefeitura do Ingá e do Iphan participarão como convidados. O GT será responsável pelos estudos e ações para implantação do Parque Arqueológico e terá o prazo de um ano para desenvolver o trabalho.
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