Monumento precisa de revitalizaç
MANO DE CARVALHO
A eficiente repórter Márcia Dementshuk acompanhada de uma equipe de profissionais como Djair Fialho, Daniel Russo (O BABAI) e Mano de Carvalho, adentraram Cariri entrevistando , fotografando e sentindo os potenciais e eventuais necessidades da cada local visitado. Reportagem que é Manchete Hoje no Correio da Paraiba, (não deixem de Ler)
No município de Ingá, o Vavá da Luz gritou para chamar a aten-
ção à necessidade de conservação da Pedra do Ingá até que encontrou
alguém que o escutasse. Bem, Vavá é Mário Gois da Luz, um dos
herdeiros do original sítio Senzala e o atual secretário de Turismo de
Ingá. Embora o Monumento Arqueológico do Ingá tenha sido tombado
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em
1944 – o primeiro desta categoria no Brasil – a prefeitura encontra dificuldades
para manter a pequena estrutura de visitação: passarelas, o
Museu de História Natural e ambiente para pesquisas.
O Ingá atrai pessoas de todo o mundo, curiosas por decifrarem
as gravuras rupestres inscritas em uma pedra com um
paredão vertical de 50 metros de comprimento por 3 metros de
altura. É um “itacoatiara”, da língua tupi: itá (pedra) e kûatiara
(riscada ou pintada). Vavá nasceu na região, na fazenda Senzala,
comprada por seus familiares em 1883. Mas descobriu a
excentricidade da Pedra que tinha no “quintal” de sua casa aos
21 anos, quando trabalhava em um hotel em João Pessoa.
“Eu recebi um avião (uma quantidade grande de pessoas
que poderiam encher um avião) de turistas alemães que disseram
que iriam para o Ingá no dia seguinte. ‘Ora, essa era a
minha cidade, o que teria lá de interessante?’, pensei. Eles me
explicaram a importância da Pedra do Ingá. Foi quando meus
olhos se abriram”, contou Vavá da Luz.
Desde então, Vavá passou a tratar o Ingá de forma digna.
Recentemente, mais de três décadas após de passar a observar
sua terra com outros olhos, conquistou o apoio do procurador
Bruno Barros, do Ministério Público Federal de Campina Grande,
depois de ter-lhe mostrado um projeto de revitalização que já
existe desde 2008 e que recursos estão disponíveis para indenizar
os moradores que estariam na área do projeto.
“Ele passou a convocar gestores dos órgãos ligados ao turismo,
à arqueologia, ao patrimônio histórico, ao Governo do Estado
e, finalmente, o Governo instalou, dia 5 de dezembro, um Grupo de
Trabalho para desenvolver a revitalização do sítio arqueológico. Agora
minhas esperanças renasceram”, comemorou o secretário de Ingá.
Márcia Dementshuk