Os casos de varíola dos macacos continuam a subir em todo o mundo, especialmente no Reino Unido, onde 1.000 casos foram confirmados.
Um novo estudo revelou que o vírus está sofrendo mutações mais rápido do que era esperado — com os cientistas dizendo que está em um curso uma “evolução acelerada”.
A pesquisa, publicada na revista médica Nature Medicine, mostrou que a mutação do vírus foi de 6x a 12x maior do que se pensava anteriormente. Normalmente, mutações ocorrem de 1 a 2 vezes por ano em um vírus.
A varíola dos macacos está causando sintomas clássicos como febre, inchaço dos gânglios linfáticos, dores de cabeça e dores musculares.
Os sintomas são seguidos por uma erupção cutânea que começa no rosto ou na boca e depois se espalha para outras partes do corpo — principalmente nas mãos e nos pés.
No entanto, em alguns casos recentes, os pacientes experimentaram primeiro uma erupção na boca ou ao redor dos genitais ou ânus, antes de apresentarem os sintomas clássicos.
Outra característica nova observada é que alguns pacientes viram lesões espalhadas ou localizadas em outras áreas diferentes do rosto, mãos ou pés.
Os cientistas alertaram para sintomas incomuns em pacientes dos EUA: dor dentro ou ao redor do ânus e do reto, sangramento retal, proctite (inflamação dolorosa do revestimento do reto) ou a sensação de precisar evacuar, mesmo que os intestinos estejam vazios.
A varíola dos macacos vem da mesma família do vírus da varíola humana. A maioria das pessoas se recupera em semanas, mas a doença pode ser fatal para mais de 1% dos infectados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
No sábado (25/06), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse estar profundamente preocupado com o surto.
“Estou profundamente preocupado com o surto de varíola, esta é claramente uma ameaça à saúde em evolução que meus colegas e eu na Secretaria da OMS estamos acompanhando de perto”, disse Tedros em comunicado à imprensa.
A OMS disse em outra declaração que, embora houvesse algumas opiniões divergentes dentro do comitê, eles concordaram por consenso que, nesta fase, o surto ainda não é considerado uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC).