Com divisória transparente, o procedimento também permite a participação de uma doula e o contato imediato entre mãe e bebê para amamentação

Todas sabem como funciona uma cesárea : quando a mulher não pode por algum motivo ou não quer ter parto normal, ela passa por um procedimento cirúrgico em que seu útero é aberto para a retirada do bebê. Esse procedimento, contudo, não é muito gentil nem com a mãe, nem com o bebê . Na tentativa de torná-lo um pouco menos invasivo, Allison, uma mãe de segunda viagem nos EUA, pediu que fosse realizado com uma divisória transparente, para que ela pudesse ver o nascimento de seu filho.

Com a ajuda da doula Tracey Abney, Allison, mãe de segunda viagem, teve uma 'cesárea gentil'
Facebook/Reprodução

Com a ajuda da doula Tracey Abney, Allison, mãe de segunda viagem, teve uma ‘cesárea gentil’

Ela começou a pesquisar a possibilidade de uma cesárea mais humanizada quando soube que não poderia dar à luz normalmente, como havia feito com sua filha mais velha. Allison estava com placenta prévia, quando o órgão cobre o colo do útero, tornando impossível a saída do bebê. Entretanto, em 80% dos casos, conforme a gravidez progride, a placenta tende a se mexer e liberar o colo – não foi o que aconteceu com Allison.

Junto com o marido, Brent, eles optaram por uma “cesárea gentil” , um procedimento que incorpora elementos do parto normal: permite que a mãe assista o nascimento por meio de uma divisória transparente, amamente o bebê assim que ele nasce e a ainda pode contar com o apoio de uma doula.

Allison contou com Tracey Abney, doula e fotógrafa. E, enquanto muitos podem achar um pouco nojento assistir o procedimento, Tracey garante que ele não é tão intimidante quanto parece. Ao BuzzFeed ela explicou que uma divisória comum é usada no começo, quando os médicos vão de fato abrir a barriga da mãe e que esta só é abaixada, dando lugar à transparente, quando eles vão retirar o bebê. Após cortar o cordão umbilical e entregar a criança à mãe, a divisória opaca volta para que os médicos fechem a incisão.

 

A mãe, Allison, confirmou a informação, dizendo que tudo o que viu era seu bebê. “É muito especial. Eu literalmente só via ele, sua cabecinha e seu corpo”, contou.

“Somos tão gratos por poder testemunhar esse momento. Assim como com nossa filha, ver nosso bebê pela primeira vez é uma memória que teremos para sempre. Nosso objetivo era não perder nada da linda experiência de dar à luz só porque eu passaria por uma cirurgia. Graças à nossa incrível doula e equipe médica, tivemos um parto maravilhoso.”

Cesárea gentil

O procedimento que Allison fez, conhecido nos EUA como “cesárea gentil”, é uma conquista recente das mulheres, mas que ainda não está disponível em todos os hospitais. A tentativa é de, com ele, tornar o procedimento menos traumático e invasivo tanto para a mãe quanto para o bebê.

“Precisou de muita insistência para alguns hospitais incorporarem a prática”, revelou Tracey. “Tive pacientes que precisaram dirigir mais de duas horas só para dar à luz de forma mais humanizada. Mas, no caso de Allison, a equipe que a atendeu foi muito compreensiva.”

 

Valorizando sua experiência, a mamãe de segunda viagem ressaltou a importância de que todas as mulheres possam escolher ter uma cirurgia melhor. “Desde que estejam [mãe e filho] saudáveis e em segurança, acredito que um parto por cesárea pode ser tão bonito e especial quanto um parto normal.”