O dente do juízo, como é conhecido popularmente o siso, ganhou esse apelido porque ele tende a surgir quando estamos na iminência da vida adulta, ou seja, entre os 17 e 25 anos.
Mesmo que muitos questionem a razão de termos o dente do siso, ele tem sim utilidade. Ele ajuda nosso sistema mastigatório, embora já não seja indispensável uma vez que outros dentes podem assumir essa função sem prejuízo algum.
>> Veja as 10 dúvidas mais comuns sobre os dentes do siso abaixo:
Por nascer no fundo da boca, é de difícil higienização. Assim, atenção extra quando o siso está nascendo, pois o acúmulo de restos de alimentos na região pode provocar o surgimento de cáries já nessa fase.
“Pode entrar restos de comida sob a gengiva e daí causar a cárie”, explica a cirurgiã-dentista Maria Luiza dos Santos.
Apesar de vir por último, o dente do siso não chega só para bagunçar uma dentição perfeita. “Depende de cada situação. Em alguns casos, se o dente do siso estiver apoiado em outro dente, ou se estiver mal posicionado, ele interfere e atrapalha no posicionamento dos dentes. Tem ocasiões em que ele tem espaço para nascer e não ocasiona problema nenhum”, analisa Arthur Iera, cirurgião-dentista.
Para nascer, o dente precisa rasgar a gengiva e isso causa um pouco de dor, mas nem pense em suspender a escovação da área. A higienização adequada, inclusive com fio ou fita dental, evitará a inflamação da gengiva. Para Maria Luiza, é normal sentir dor, mas se houver sangramento, o conselho é procurar ajuda especializada.
Remoção
A necessidade de remoção do dente do siso é avaliada pelo cirurgião-dentista ou pelo cirurgião buco-maxilo-facial. Mas será que é comum tirar um dente que ainda nem nasceu? Segundo Arthur, esses casos ocorrem quando ele já está impactando o dente vizinho. E é preciso lembrar que remover um dos sisos não significa que os demais também terão que ser retirados. Cada caso deve ser analisado individualmente.
Se o dentista optou pela remoção, é importante seguir as orientações para o pré-operatório e relatar também todos os medicamentos que a pessoa faz uso. “Quem usa ácido acetilsalicílico (aspirina), por exemplo, precisa comunicar o dentista porque a substância dificulta a coagulação, habilidade importante na fase da cicatrização pós-cirúrgica. O mesmo acontece com o ginkgo biloba, que por ser uma substância natural, a pessoa nem desconfia que pode interferir na cirurgia”, relata Maria Luiza.
No pós-operatório, evite alimentos e procedimentos que alterem a temperatura do corpo. “É como qualquer outra cirurgia. Não faça exercícios físicos, não fique em lugares quentes, evite comida muito quente. A cicatrização exige a formação de um coágulo e, com o calor, ele se desmancha. Use uma bolsa de gelo para evitar o inchaço também”, recomenda Arthur.