O seu nome é mais do que uma palavra, que foi escolhida para demarcar as suas fronteiras, os seus Landmarques. Em geral, o nome é uma escolha feita pelos pais para acolher o filho esperado, na esperança de que ele seja bem-aventurado, tendo o nome como fiador.
O nome também é a palavra com a qual se é batizado por Deus, pela mediação de um sacerdote sagrado. O nome é o semblante do ser que habita em você.
Há quem permita que seja trocado o nome por um apelido. Muitas vezes depreciativo, mas não necessariamente. Outras vezes por um apelido que expressa carinho, numa relação mais do que íntima entre dois. Nestes casos, este apelido não é do conhecimento público, então o nome original prevalece, pois o apelido é provisório e conjuntural. Já o nome é estrutural. Outras vezes, ainda, é a própria pessoa quem escolhe e assume um apelido, no lugar do seu nome que lhe foi dado, mas que não representava o semblante da alma que no corpo habita. Nestes casos é o apelido que representa a estrutura.
Na infinidade de casos, detenho-me sobre aquele que conduz uma herança. A palavra que nomeia um santo, um ídolo, um herói…, ou o nome do pai, que a você foi dada (a palavra encontrada) como herança no seu nome, sendo esta a sua face mais exposta.
Qual o nome do Pai? – O Pai e eu somos Um, mas o Pai é maior do que eu. Disse Jesus. O nome do pai é o meu nome, diria você, na tradição cristã. O pai, que no nome e na ação, transcende a sua existência na minha; ele amplia a sua obra na minha, e eu a amplio na do meu filho, que levará o meu nome.
Qual a palavra que foi dada a sua face mais íntima? Não sei qual a resposta que daria o Filho do Homem. Seria diferente a que foi dada pelo Filho de Deus? – A minha face mais íntima leva o nome da sua face, diria você? No outro revelo a minha face. Na relação com o não eu, é que manifesto o mais íntimo que existe em mim, diria Lacan.
O que digo é que levo o nome da imensidão que transbordando a Lenda perpetua o caminho da honra e do mérito como o escolhido. Embora não tenha havido a minha escolha, foi o pai que escolheu-o, eu não escolheria outro.
Dois nomes? Duas faces? – Não! Apenas um nome, mesmo que a outra face seja diferente da que foi ofendida. A outra face expulsa os vendilhões do Sagrado Templo, que é a casa simbólica do meu Pai, com chicotes e espadas, com sangue e fúria. Uma face não se opõe ao mal, a outra o combate de peito aberto. Duas faces, um nome e um ser que sou eu no Eu Sou.
Não foi o meu pai quem escolheu o seu nome. Não foi o seu pai. Foi a cobra, amiga de Eva, que a induzindo ao caminho do poder, ofereceu a escolha do nome do seu pai, como o instrumento para o destruí-lo, ou destruir, pelo menos, o elo existente entre os dois.
Batalhas foram travadas, lágrimas rolaram e fertilizaram a terra, e por isso mesmo, novos filhos nascerão, Guerreiros do Bem, construtores de uma sociedade cada vez mais justa e amável.
Hiran – oráculo de Mequisedec, no Vale do Mirante, aos vinte e oito dias de dezembro do ano da Revelação do Existência do Sol Invencível que habita o melhor de cada um de nós.