Senador investigado na Lava Jato gasta mais de R$ 180 mil por mês com despesas
Ciro Nogueira (PP-PI) é o campeão de gastos no Senado, seguido de Telmário Mota (Pros-RR), Mecias de Jesus (PRB-RR) e Paulo Rocha (PT-PA)
Em um período no qual o Brasil enfrenta graves problemas de caixa, os senadores dão um grande mau exemplo. Gastam fortunas por mês com “locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis”, tudo com o dinheiro do Senado, mediante simples apresentação de nota fiscal com as despesas. Cinco deles são os campeões nesse tipo de desfaçatez neste ano.
Eis a relação dos cinco mais. Ciro Nogueira (PP-PI): R$ 185.304,63; Telmário Mota (Pros-RR): 176.192,01; Mecias de Jesus (PRB-RR): R$ 149.725,94; Paulo Rocha (PT-PA): R$ 131.718,83; e Humberto Costa (PT-PE): R$ 122.465,15. Como se vê, há dois petistas na lista dos gastões de dinheiro público. O vício do cachimbo faz a boca torta, diria o profeta.
Acusações no Judiciário
O Brasil, definitivamente, não é para os fracos. Estivemos – e ainda estamos – entregues a um grupo de magistrados desvairados, com muitas exceções, evidentemente. O ex-procurador-geral confessa que ia matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar, dentro do plenário do STF. Gilmar diz que Rodrigo Janot é um facínora e precisa de tratamento psiquiátrico. Parece briga de bar. No passado, o próprio Gilmar sugeriu que Janot proferia despachos embriagado. O uso de álcool na PGR seria uma praxe? O ex-ministro Joaquim Barbosa já havia insinuado, no passado, que ministros cometiam excessos, afirmando que Gilmar tinha capangas no Mato Grosso, onde possui fazendas. E ainda dizem que não precisamos de uma CPI da Lava Toga: para o bem do Brasil e do Judiciário, CPI-Já!
Ilegal
Nessa briga, o STF comete mais alguns desatinos. Está se valendo de um inquérito ilegal e inconstitucional que o ministro Dias Toffoli instaurou, para autorizar o ministro Alexandre de Moraes a mandar apreender uma arma legal que todos procuradores e advogados têm direito a portar, como é o caso do revólver apreendido na casa de Janot.
Não é crime
Por mais que a confissão seja uma aberração só para vender mais exemplares de seu fantasioso livro, não há crime algum no fato de alguém pensar em matar. Mas Janot não é só um maluco-beleza. Cometeu crimes de prevaricação, como os de não denunciar Temer e Aécio que lhe ofereceram vantagens para não incriminá-los.
Com o pé direito
O novo procurador-geral da República, Augusto Aras , começou bem na largada. Convidou o subprocurador José Adonis Callou de Araújo Sá para coordenar as investigações da Lava Jato na PGR. Ele é considerado um procurador rigoroso e elogiado por colegas da força-tarefa. Chamou também o procurador Ailton Benedito, de Goiás, para chefiar a Secretaria de Direitos Humanos. Ailton quase foi o novo PGR.
Retrato falado
O líder indígena Raoní Metuktire, de 89 anos, um dos defensores do meio ambiente mais respeitados no exterior, foi esculhambado por Bolsonaro na ONU, mas não se intimidou. Como aprendeu a falar português com os irmãos Villas Bôas, disse, na semana passada, quando esteve na Câmara para participar do Fórum em Defesa da Amazônia:“Bolsonaro não é uma liderança”. E pediu para ele sair. Os integrantes do fórum gritaram: “Raoní sim, Bolsonaro não”. Índio deu um pito no presidente.
Economia capenga
O ministro da Economia, Paulo Guedes, mostra, a cada dia, que já não é mais o queridinho dentro do governo. Nesta semana, a Petrobras reajustou o preço da gasolina em 2,62%. Na semana anterior, havia aumentado em 3,5%. Em 15 dias, a alta do combustível, que tem o maior peso na inflação, é de 6%. Vale lembrar que a inflação anual é de 3,43%. Ou seja, subiu o dobro da inflação para o ano todo. Já-já vai ter chiadeira. Para piorar, o déficit do governo de janeiro a agosto foi de R$ 52,1 bi. E os ministros reclamam da falta de dinheiro. Bolsonaro tem outros ministros como interlocutores na economia: Onyx Lorenzoni, Tarcisio de Freitas e Augusto Heleno.
Informalidade
Segundo o IBGE, o Brasil tem 38,8 milhões de trabalhadores na informalidade, além dos 13 milhões de desempregados. Ou seja, 53 milhões de brasileiros estão sem proteção social. Em breve ficarão velhos e doentes e pressionarão as políticas públicas. Daí, o senhor Guedes vai dizer que não há recursos.
“Quem vai querer investir num país desse?”
Fonte: Último Segundo – iG /vavadaluz