Gilmar chama procuradores de “cretinos” e diz que “combate à corrupção dá lucro”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes atacou os membros do Ministério Público Federal (MPF) que integram a força-tarefa da operação Lava Jato. Durante o julgamento que define o alcance da Justiça Eleitoral, nesta quinta-feira (14), Gilmar chamou os procuradores de “cretinos” e criticou o acordo do MPF com a Petrobras que previa a criação de uma fundação anticorrupção. A entidade, segundo o acordo que acabou sendo suspenso, usaria R$ 1,3 bilhão de multas que a estatal aceitou pagar perante a Justiça dos Estados Unidos.
“O que é inusitado? Esses ataques feitos por membros do Ministério Público a julgadores. Como se estivessem participando de uma corrida do ouro. E até se descobriu que de fato estavam participando de uma corrida do ouro, com a fundação que se criou em Curitiba. De fato o combate à corrupção passou a dar lucro”, disse o ministro durante a leitura de seu voto.
Os ataques a que Mendes se refere aumentaram na véspera do julgamento que corre na tarde desta quinta. O Supremo decide se investigações em que haja indício de crimes eleitorais, como o caixa 2, devem correr integralmente na Justiça Eleitoral, mesmo que haja também evidências de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
A força-tarefa, que defende a separação dos casos, afirma que seria “trágico” para o combate à corrupção no Brasil que todos os casos fossem à Justiça Eleitoral, porque estes tribunais não tem a mesma estrutura e especialização da Justiça comum para processar os casos.
Gilmar, que votou contra o fatiamento das ações, criticou as campanhas que procuradores da Lava Jato têm feito em redes sociais a favor do entendimento deles sobre o assunto. “O que se trava aqui é uma disputa de poder. Querem constranger, amedrontar”, acusou. Segundo Mendes, a forca-tarefa adotou um “modelo ditatorial” de trabalho. “Se eles estudaram em Harvard, são uns cretinos, não sabem o que é processo civilizatório”, atacou