O juiz federal Sergio Moro decretou nesta sexta-feira (21) a prisão preventiva do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Ele estava em prisão temporária até este sábado (22), mas, baseado em parecer do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça decretou a prisão por tempo indeterminado. Sobre a prisão de Adarico Negromonte Filho, que está foragido, Moro informou que decidirá posteriormente.
O G1 falou com um Ricardo Calil, um dos advogados de Fernando Baiano, que informou que não comentaria o caso. Ao contrário da prisão temporária, que tem prazo de cinco dias, a prisão preventiva não tem data para terminar, dependendo de decisão judicial.
Fernando Baiano é apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB no esquema de corrupção que envolve a Petrobras.
Na avaliação de Mário de Oliveira Filho, o lobista está sendo usado como “bode expiatório” no processo da Lava Jato. Em delação, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa acusou o PT, PMDB e PP de receber dinheiro oriundo de propina – os partidos negam.
Nesta sexta, Fernando Baiano prestou depoimento por três horas na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
Ao sair da PF no fim desta tarde, o advogado Mário de Oliveira Filho, que o representa, disse que seu cliente respondeu a todas as perguntas, colaborando “no que podia” com as investigações.
Ele negou qualquer relação com o PMDB, de acordo com o advogado.
O advogado não passou mais informações sobre o depoimento, que começou às 14h30 e encerrou por volta das 17h30 desta sexta. Fernando Baiano está preso na carceragem da Polícia Federal, na capital paranaense, desde terça-feira (18), quando se entregou à polícia.
Baiano era considerado foragido desde 14 de novembro, dia em que a sétima fase da Operação Lava Jato, da PF, foi deflagrada.
Na quarta-feira (19), logo após saber que o depoimento do cliente havia sido transferido para esta sexta-feira, o advogado negou que Baiano tenha a intenção de oferecer uma delação premiada à Justiça.
Ele, inclusive, garantiu que quer uma acareação entre o lobista e o doleiro Alberto Youssef. “Uma coisa é ele conhecer um ou outro [do PMDB], que até deve conhecer, mas ter negócios, ser operador, isso aí é o Youssef falando o que quer. Tem que provar. […] Ele conheceu o Youssef, todo mundo conhece, mas não tem negócios. A acareação só depende do delegado”, completou.
Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação. Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na última terça (18), 11 suspeitos foram liberados.
Outras 13 pessoas, entre as quais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, continuam na cadeia.
G1