O governo respirou aliviado ao ouvir Marcelo Odebrecht descartar a possibilidade de uma delação premiada no âmbito da operação Lava Jato.
Em depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba, ele afirmou que “não tem o que dedurar”.
Além de executivo, Marcelo Odebrecht é da família dona da empresa. Uma eventual delação poderia causar dano à obra da família, sobretudo do pai, Emílio, e do avô Norberto.
Outros quatro executivos da Odebrecht foram ouvidos nesta terça-feira: Márcio Faria, Rogério Araújo, César Rocha e Alexandrino Alencar. Todos, no entanto, ficaram calados, amparados em direito constitucional.
A oposição adotou tom suave ao fazer perguntas, bem diferente do que costuma usar com quem depõe à CPI. A explicação é simples: a empresa é uma grande financiadora de campanha eleitores tanto de políticos do governo como da oposição.
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A reunião da presidente Dilma Rousseff com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mostra que o presidente da Câmara ainda tem poder e está no jogo político.
Foi o primeiro encontro da presidente com o peemedebista após ele ter rompido com o governo em julho.
Da parte de Dilma, a economia foi a principal preocupação. A presidente quer evitar projetos que elevem os gastos públicos. Pediu o apoio do presidente da Câmara para manter o veto ao reajuste dos salários dos servidores do Poder Judiciário. O Congresso deve analisar o veto nesta quarta.
Da parte de Cunha, o encontro foi uma forma de ele demonstrar que não pretende sabotar o governo. O peemedebista está fragilizado politicamente após ter sido denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.
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