Presidente da FPF quebra o silêncio e nega envolvimento na ‘máfia do apito’
O presidente afastado da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues (foto), afirmou, nesta segunda-feira (14), que não tinha conhecimento do esquema de corrupção e manipulação de resultados no futebol paraibano, denunciado pelo programa Fantástico, da TV Globo. Em rápido contato com o Paraíba Já, ele adiantou que vai divulgar nesta tarde uma nota à imprensa.
Amadeu foi afastado, temporariamente, da presidência da FPF pela Comissão de Ética da CBF. A decisão foi tomada na última sexta-feira (11), mas divulgada apenas na noite deste domingo (13), com pelo Fantástico. Nesta segunda-feira, a CBF vai confirmar o auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Boson Gambogi, como condutor das atividades da Federação Paraibana até a conclusão das investigações da ‘Operação Cartola’.
Amadeu Rodrigues está no comando da FPF desde o início de 2015. No último dia 9 de abril, apenas um dia após o encerramento do campeonato estadual, foi deflagrada uma operação que investiga um esquema de corrupção do futebol local, com manipulação de resultados, compra de árbitros e fraudes em sorteios.
Ao todo, 85 pessoas são alvos das investigações, entre elas dirigentes e árbitros. A Polícia Civil e o Ministério Público conduzem os trabalhos no sentido de apurar as fraudes cometidas pelas pessoas que fazem o futebol na Paraíba e, para isso, têm em seu poder mais de 104 mil conversas dos envolvidos.
A decisão da CBF de afastar Amadeu Rodrigues da presidência da FPF acontece no mesmo dia em que o Fantástico exibiu uma reportagem que mostrou em detalhes de como funcionava o esquema de corrupção do futebol paraibano. No material exibido pelo programa, foram apresentados alguns trechos das várias escutas telefônicas, que comprovariam que dirigentes subornavam árbitros para conseguir os resultados que queriam em favor dos seus clubes.
Amadeu Rodrigues havia convocado, para as 16h desta segunda-feira, uma entrevista coletiva na sede da Federação Paraibana. Junto com a sua assessoria jurídica, ele quebraria o silêncio que adotou desde que a operação foi deflagrada. Não se sabe, ainda, se, com o seu afastamento, a coletiva será mantida.
Confira abaixo a nota da CNF na íntegra:
Com base no que consta nos processos éticos, na última sexta-feira, a Comissão de Ética do Futebol Brasileiro determinou o afastamento temporário do presidente da Federação Paraibana de Futebol, Amadeu Rodrigues, e recomendou à CBF a nomeação de um interventor independente. Nesta segunda-feira, a CBF confirmará o auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Dr. Flávio Boson Gambogi, para conduzir as atividades da Federação Paraibana até a conclusão das investigações. Durante este período, ele estará licenciado de suas funções no STJD. Cabe ressaltar ainda que, tão logo tomou conhecimento das denúncias, a Comissão de Arbitragem da CBF suspendeu de forma preventiva todos os árbitros e assistentes ligados ao quadro da entidade paraibana.