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ESSA HISTORINHA DE MANDAR CABINHA ARRUMAR UMA LAVAGEM DE ROUPA, JA ERA : Ministério pagará até R$ 9 mil de diária para lavar roupa de atletas do basquete

Sem ainda ter vaga garantida nas Olimpíadas, Confederação de Basquete recebe R$ 7 milhões do Ministério dos Esportes para custeio da seleção masculina até o Rio 2016

Brasil foi campeão no Pan de Toronto, mas ainda não sabe se vai à Olimpíada em 2016
Harry How/Getty Images

Brasil foi campeão no Pan de Toronto, mas ainda não sabe se vai à Olimpíada em 2016

A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e o Ministério do Esporte celebraram, na última segunda-feira (27), um convênio no qual o órgão federal concorda em pagar R$ 7 milhões para o custeio das operações envolvendo a seleção masculina de agosto de 2015 a setembro de 2016.

O Ministério divulgou por meio do site do Siconv (Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal) a previsão detalhada de gastos do projeto aprovado em benefício da CBB. É possível comprovar as demandas especificas que a entidade gestora do basquete nacional prevê para as mais diversas despesas, como passagens aéreas, hospedagens, lavanderia, salários, pagamento de encargos e impostos, materiais de comunicação e serviços de assessoria jurídica e administrativa.

Dentre essas despesas, chama a atenção o montante exigido para lavanderia, que totaliza R$ 646.600,00. Só para a disputa da Copa América, que será realizada no México de 31 de agosto a 12 de setembro, o convênio prevê a gastos de R$ 149.760,00, durante os 16 dias que a seleção ficará hospedada no país. Para chegar a este número, a CBB calculou que serão lavadas diariamente dez peças de roupa de cada um dos 24 integrantes da delegação, ao preço de R$ 39 por unidade, totalizando R$ 9.360 de custo diário. Além dos 12 atletas, a conta inclui 11 integrantes da comissão técnica: técnico, dois assistentes, um preparador físico, assistente de preparação física, dois fisioterapeutas, médico, fisiologista, nutricionista e massagista, além do assessor de imprensa.

Carlos Nunes, presidente da CBB
Divulgação/CBB

Carlos Nunes, presidente da CBB

Para comparar, com a hospedagem em solo mexicano está previsto um gasto inferior, de R$ 97.920. Em toda a duração do convênio, R$ 2.649.377 serão gastos com hospedagens durante os períodos de preparação e disputa de competições até setembro de 2016. Com passagens aéreas serão R$ 1.586.729,66.

Além das despesas do cotidiano de uma seleção, a CBB também convenceu o Ministério a pagar R$ 300 mil em serviços de coordenação administrativa financeira e R$ 150 mil em assessoria jurídica, ambos os serviços com duração de 15 meses. Vale lembrar que a seleção de Rúben Magnano só estará em atividade de 7 de agosto a 12 de setembro, período que compreende a preparação e a disputa da Copa América, e de 1º de junho a 20 de agosto de 2016, que engloba a preparação e disputa do Campeonato Sul-Americano e Olimpíadas.

Isto, claro, se a seleção brasileira disputar as Olimpíadas. Mesmo sendo o país-sede, o Brasil ainda não tem a vaga assegurada devido a uma divida superior a R$ 2 milhões com a FIBA (Federação Internacional de Basquete), referente ao convite para a disputa da Copa do Mundo de 2014. Na ocasião, o Brasil não conseguiu a vaga em quadra e teve que recorrer a um dos quatro convites da FIBA para disputar a competição, ao custo de um milhão de dólares, sendo que apenas uma de três parcelas foi quitada.

 

No convênio firmado com o Ministério, está definida a liberação imediata de R$ 2,9 milhões, visando a preparação para a Copa América, torneio que o Brasil terá de chegar no mínimo à final para garantir uma das duas vagas do continente para a Olimpíadas – caso a vaga como país-sede não seja confirmada. A federação internacional vai tomar uma decisão sobre a classificação automática do Brasil no congresso geral que será realizado de 7 a 9 de agosto, em Tóquio.

Campanha ruim em 2013 forçou Brasil a pedir convite para a Copa do Mundo em 2014
Samuel Vélez/FIBA Américas

Campanha ruim em 2013 forçou Brasil a pedir convite para a Copa do Mundo em 2014

Em contato com a reportagem do iG, a assessoria do Ministério afirma que o convênio não sofrerá nenhuma alteração caso a seleção brasileira fique fora dos Jogos Olímpicos. A verba será repassada na íntegra à CBB, que não se pronuncia sobre o caso.

“O convênio prevê treinamentos no Brasil e no exterior e a participação em competições, como a Copa América, que acontecerá na Cidade do México, entre 31 de agosto e 12 de setembro. Neste convênio, a contrapartida da CBB é no valor de R$ 107 mil”, informa o Ministério, em comunicado oficial. “Para a celebração de convênios, o Ministério lança editais de chamada pública para que as entidades apresentem projetos. Todos os convênios celebrados têm o plano de trabalho detalhado, a execução acompanhada pela área técnica e são submetidos a prestação de contas para a averiguação do cumprimento do objeto celebrado.”

Outro gasto previsto no orçamento inclui o pagamento de 13 salários de toda a comissão técnica composta por administrador, dois assistentes, preparador físico, assistente de preparação física, dois fisioterapeutas, médico, fisiologista, nutricionista e massagista.

Mas diferentemente do técnico Rúben Magnano, que é exclusivo da seleção brasileira, outros profissionais que regularmente compõem o corpo técnico são ligados e ligados à equipes do NBB.  Assistentes técnicos de Magnano nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, José Neto e Demétrius Ferraciú são treinadores, respectivamente, de Flamengo e Minas Tênis Clube. O preparador físico Diego Falcão também é funcionário do Flamengo. A temporada 2014/2015 do NBB, por exemplo, teve início no final de outubro e se estendeu até o final de maio.

Atualmente, a CBB sustenta uma dívida total de R$13 milhões, e tem recebido sucessivos aportes de verbas do Ministério do Esporte. Em 2013, foram injetados mais de R$ 16 milhões e em 2014 outros R$ 8 milhões, segundo balanço da própria confederação. Além disso, a entidade recebe repasses do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) por meio da Lei Piva, que destina parte do montante arrecadado com loterias. Em 2013 foram R$ 4,4 milhões, enquanto em 2013 foram R$ 4,6 milhões. A CBB também tem como fonte de receitas os patrocínios próprios e cotas de televisão.