A pandemia do coronavírus, de sigla COVID-19 causou mudanças sem precedentes na economia mundial com um impacto que jamais se podia imaginar. O mercado de ações já caiu, os preços do petróleo ficaram negativos e a taxa de desemprego disparou no mundo todo e também no Brasil, com dados bem mais preocupantes do que em períodos drásticos da economia mundial, como a Grande Depressão americana.
E o que mais nos preocupa dentro dessa dimensão toda, é que ainda temos pelo menos 18 meses antes que seja lançada uma vacina realmente eficaz, que já se encontra em testes em diversos países, as chaves para o sucesso se resumem a ter flexibilidade e acompanhar as tendências de cada setor, de modo a não ter prejuízos ainda maiores.
Infelizmente, poucos setores financeiros foram atingidos com tanta força quanto a economia de compra e aluguel de imóveis. Muitos inquilinos, tendo perdido o emprego, tiveram problemas para pagar o aluguel em abril e devem ter ainda mais dificuldade em pagá-lo em maio. E essa onda de não pagamento também afeta os proprietários, muitos dos quais têm suas próprias contas para pagar.
Cenário brasileiro revela situação difícil
Os inquilinos estão em uma situação difícil no Brasil. Uma pesquisa realizada pela Associação Comercial do Estado de São Paulo constatou que, no total, 73% dos locatários estão pagando o aluguel normalmente. Dos 27% restantes dos inquilinos, 13% deixaram de pagar aluguel e 3% já deixaram a unidade. Os 11% restantes fizeram acordos com o proprietário para pagamentos mais baixos ou diferidos.
Quanto mais a economia está paralisada e quanto mais inquilinos esgotarem suas economias, pior serão esses números. Mas os inquilinos que não pagam estão protegidos contra despejo – por um tempo, visto que o judiciário brasileiro também está em quarentena, deliberando apenas questões urgentes – mas é importante não abusar e correr riscos nesse sentido. Uma boa solução, é sempre conversar com o proprietário ou imobiliária com a qual você se relaciona, de modo a negociar novas datas ou parcelamentos acessíveis para os dois lados.
Por que os locatários são tão vulneráveis?
Os locatários são significativamente mais vulneráveis ao problema financeiro decorrente da pandemia do que os proprietários de casas por uma simples razão: eles têm muito menos economias para recorrer. Especialistas em finanças sugerem reservar dinheiro suficiente para pagar suas despesas normais por três a seis meses. O problema, é que 70% das pessoas que alugam um imóvel, em geral, não são capazes de sobreviver mais de dois meses sem renda e, desses, 49% já podem ter esgotado suas economias durante a primeira fase de isolamento. Se ele continuar, o cenário pode ficar feio ainda mais rapidamente.
E os investidores e proprietários?
A situação dos proprietários não recebeu tanta repercussão na imprensa quanto a dos inquilinos, mas é tão séria quanto. Afinal, o futuro é também incerto e escuro para os proprietários de imóveis em São Paulo por razão de quanto tempo ainda estaremos em isolamento devido ao novo coronavírus.
Em geral, um dono de moradias pode esperar que até 40% de seus inquilinos fiquem atrasados com o aluguel. No momento, os proprietários mais abastados não estão sentindo muita dor. Mas muitos proprietários de pequenas e médias empresas que tinham um pouco de dinheiro em reservas de caixa e dependiam de um fluxo constante de renda para pagar financiamentos, começam a se preocupar.
Vender ou comprar um imóvel pode ser uma boa idéia?
Talvez, dependendo do lado em que você se encontra. Muitos proprietários estão pedindo uma suspensão universal dos pagamentos de financiamentos, especialmente os por parte da Caixa Econômica Federal, que já tiveram prazos dilatados pelo Governo Federal. Ainda assim, alguns proprietários provavelmente serão deixados de fora de quaisquer soluções imediatas, se houverem, que sejam aprovadas no Congresso ou declaradas pelo presidente Jair Bolsonaro – uma vez que o foco atual de proteção está sendo o auxílio emergencial à população carente e à indústrias e empresas que não podem quebrar.
Portanto, para quem tem urgência ou necessidade real de dinheiro em mãos, vender um imóvel nesse momento pode ser uma solução – mas não totalmente a melhor. Visto que talvez a sua margem de lucro caia significativamente em virtude da pandemia. Ainda assim, para pequenos proprietários que estão olhando para os aluguéis diminuindo, pode ser melhor que nada.
Essa onda de vendas provavelmente aceleraria as tendências que já estão reformulando o setor imobiliário brasileiro por ocasião da complexidade que o novo coronavírus trouxe, à medida que compradores atentos procuram descontos em imóveis à venda em SP. Para o comprador, portanto, obter um imóvel agora seria vantajoso.
Renegociações de aluguel podem ser uma boa solução
Se a quarentena continuar ainda por mais meses, muitos proprietários de imóveis que se sintam forçados a vende-los mas não o desejem, podem tentar rever contratos em vigor – para ao menos faturar com algo, e depois receber pelo montante restante.
Essa seria uma estratégia importante, que deve-se registrar em cartório para que se possa manter o máximo possível dos recursos no bolso, o que pode parecer bastante adequado para os tempos difíceis em que vivemos.
Imobiliárias precisam se renovar por meio da tecnologia
E não é só para o bolso que a quarentena trouxe a necessidade de reflexões e novas estratégias. A pandemia de coronavírus está pressionando os corretores e imobiliárias em São Paulo a serem criativos sobre a exibição de aluguéis para possíveis inquilinos ou compradores por meio de passeios virtuais por imóveis.
Para se manter enquanto operam de maneiras não tradicionais, muitos profissionais do ramo imobiliário estão procurando explorar as melhores práticas para passeios virtuais mais adequados para os locatários, de modo a impedir o contato físico com clientes ou a ida até locais que possam ser passíveis de transmissão do novo vírus.
De acordo com o Google Trends, as pesquisas por visitas virtuais a apartamentos no setor imobiliário aumentaram drasticamente nos últimos dois meses no Brasil e em São Paulo. Portanto, para empresas do ramo, o simples fato de se dominar os passeios virtuais e disponibilizar dados de imóveis com eficiência para se realizar uma visita virtual pode se tornar uma verdadeira solução em tempos de crise.
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