Pular para o conteúdo

Cidades da PB não recebem 2ª parcela do FPM; entenda

Tota Guedes evidenciou situação de crise financeira

Em declarações feitas na noite desta quarta-feira (9), o presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba, Tota Guedes, ressaltou a grave situação financeira das cidades paraibanas, que sofrem com a falta de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Segundo ele, era esperada uma segunda parcela com R$ 420 mil em setembro, mas não houve recebimento dos recursos.

Leia também: Prefeituras fecham no dia 24 em protesto contra a crise financeira que afeta a PB

Durante entrevista no programa 27 Segundos, da RCTV (emissora por assinatura do Sistema Correio de Comunicação), Tota Guedes procurou evidenciar a diminuição do FPM. Conforme explicou, com a falta de repasses, os municípios se limitam a pagar a folha de pessoal e não têm capacidade de realizar investimentos. Ele disse que a previsão do fundo para setembro seria em torno de 2% a mais, mas será de -21,57%. Em comparação da situação atual com o ano passado, os municípios receberam -2,5%.

Leia mais notícias de Política no Portal Correio

“Tudo aumentou, combustível, energia… mas as receitas dos municípios não estão acompanhando as despesas”, lamentou Tota. Ele acrescentou que muitas prefeituras estão com folha atrasada e sem dinheiro para pagar fornecedores. Há também o perigo de atrasar os salários dos servidores, como declarou.

O presidente da Famup também criticou o governo federal, dizendo que este não manda recursos suficientes para a manutenção de projetos. “A primeira coisa que um gestor deve fazer é o ajuste fiscal. É preciso tirar onde tiver ‘gordura’ para fazer investimento. Se não fizer isso, será penalizado”, falou.

Ele também disse que a Famup orienta as prefeituras a cortar gastos excessivos. Mas, com queda de receita, os gestores não têm de onde tirar os recursos. Ele deu exemplos e contou que alguns municípios não têm dinheiro para sequer trocar pneus ou colocar combustível em máquinas agrícolas.

Tota Guedes comentou que a seca que atinge a Região Nordeste também é um fator contribuinte para a grave crise financeira. “Mais de 40 municípios na Paraíba estão em colapso total, ou seja, sem água na torneira. O que mais nos preocupa é a perspectiva para o próximo ano. Segundo analistas, 2016 não será muito bom de chuvas”, revelou.

Ele concluiu a conversa com o jornalista Hermes de Luna afirmando que só há solução para os municípios se houver maior participação na receita. “Queremos rever a questão do pacto federativo”. O presidente da Famup espera a participação de 221 representantes de prefeituras em audiência pública na Assembleia Legislativa da Paraíba, no próximo dia 24 de setembro, quando será discutida a crise.