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Blog do Vavá da Luz

 Taperoá (Tereza Duarte)

 

 

Tendo como forte na economia a caprinocultura, devido ao trabalho de pesquisa desenvolvido pelo engenheiro civil Manoel Dantas Vilar, conhecido nacionalmente por Manelito Dantas, falecido na manhã da última terça-feira (28), o município de Taperoá, no Cariri paraibano hoje é referência na área. A técnica, de como conviver com a seca tornou a Fazenda Carnaúba, de propriedade do engenheiro, referencia nacional no cultivo e sobrevivência no semi-árido.

Esse trabalho é importante para o município, não somente na área da caprinocultura, como também para o turismo a nível nacional, por conta da realização do “Dia D”, maior mostra de caprinos e ovinos nativos do Brasil, realizada desde 2013 na sede da fazenda. O evento é direcionado exclusivamente para o produtor rural, seja ele o pequeno, médio ou o grande, evento que movimenta toda a cadeia produtiva do turismo, lazer e negócios, a exemplo dos meios de hospedagem, alimentação e o artesanato local.

O município tem 133 de fundação e encontra-se no Planalto da Borborema, na parte central do Estado. Faz parte da Mesorregião da Borborema e da Microrregião do Cariri Ocidental. Fica há 245 km da capital, João Pessoa e há 120 km de Campina Grande. Limita-se com os municípios de Desterro, Livramento, Passagem, Salgadinho, São José dos Cordeiros, Parari, Santo André, Assunção, Areia de Baraúna e Cacimbas. A BR 230 e a PB 238 são as principais rodovias que dão acesso ao município. Sua vegetação é nativa, em sua maior parte com espinhos e catombos, típicas do semi-árido paraibano.

O prefeito do município, Jurandi Gouveia Farias, revela que Taperoá é uma terra cultural por ser berço de vários nomes da cultura paraibana, citando como exemplo o escritor Ariano Suassuna, que nasceu em João Pessoa, porém considerava-se taperoaense de coração; Manelito Dantas, Vital Farias e muitos outros que representam a cultura local. A atual gestão municipal tem investido no crescimento da economia, “o comércio de Taperoá cresceu nos últimos anos, porque nos temos investido bastante, fazendo o máximo possível para priorizar os comerciantes, principalmente os locais, e isso tem tornado o comercio mais amplo onde a população encontra hoje todos os produtos que deseje adquirir”.

O Centro Histórico do município de Taperoá foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial da Paraíba, através de lei publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 10 de dezembro de 2019. O Centro

Histórico da cidade é composto por construções que identificam a história da Paraíba, a exemplo de igrejas católicas, entre elas a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, primeiras ruas da cidade, onde há inúmeros casarões e sobrados antigos, museu A Casa de Ariano, diversas praças e a

Ponte dos Arcos, mais conhecida pelos taperoaenses como “Ponte Velha”, construída entre os anos de 1925 e 1926 durante o Governo Estadual de João Suassuna.

A Ponte dos Arcos conta com uma extensão de 64 metros e quatro arcadas, duas grandes e duas pequenas. A bela ponte já serviu de entrada para a cidade e escoamento da produção de algodão e milho, que na época, Taperoá era uma das maiores produtoras do Brasil. A sua revitalização, feita na atual gestão municipal, foi concluída em outubro do ano passado e desde a sua construção, ela passou a ser um local de visitação por pessoas que procuram um lugar mais tranqüilo na cidade para admirar o pôr do sol, daí se tornou um ponto turístico.

O município conta com diversos Sitio Arqueológicos, a exemplo da “Lagoa do Escuro”, classificado como sendo de arte parietal, de gravuras e pinturas estampadas numa formação rochosa de origem granítica. O “Pau Leite”, arte rupestre comum ao resto da região e apresenta mais dois pontos com pinturas. Outra beleza esculpida pela natureza é a Serra do Pico, que se destaca na paisagem por sua amplitude morfológica e é considerado o segundo ponto mais alto do Estado, ficando atrás apenas do Pico do Jabre em Maturéia-PB, com altitudes superiores à 900m lhe conferindo condições climáticas excepcionais e uma flora exótica adaptada a altitude.

A Pedra Furada, granito que tem o formato de uma boca, muito parecida com a “Pedra da Boca”, do município de Araruna-PB. Mas uma bela formação da natureza é o local chamado de Lumiara Jaúna, constando de três pedras que fica localizada na Fazenda Carnaúba. O lugar faz parte do projeto do livro deixado pronto pelo escritor Ariano Suassuna, porque a pedra casava com a escrita do seu novo romance, onde um personagem faz inscrições rupestres, entalhada em uma pedra semelhante a da Pedra do Ingá que é um sitio arqueológico rupestre

Teresa Duarte – 31/07/20 [email protected]