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Sergio Moro ministro: ruim para o juiz, bom para o Brasil

Sergio Moro ministro: ruim para o juiz,

bom para o Brasil

Ao topar o desafio e o convite de servir à Nação no Ministério da Justiça, o juiz

Sérgio Moro deu ao PT mais uma munição para já enfadonha, e derrotada,

narrativa de vitimização do partido, tendo nela o magistrado como o grande

protagonista da “conspiração”.

 

Não se podia esperar outra coisa. Desde o princípio, muito antes de Bolsonaro

existir, quando nem se sonhava em Ministério, líderes petistas se valiam desse

mesmo discurso para atacar, além de Moro, a imprensa, a Polícia Federal, o

Ministério Público. É a tal da “luta política” da qual a sigla se alimenta e se

mantém de pé como estratégia máxima da retórica de sobrevivência.

Será assim até a ficha cair…

 

Moro decidiu, mais uma vez, botar a cara pra bater. Sabe, de antemão,

que para condenados (de 16 partidos) pelas suas sentenças ele será sempre

um algoz, um inimigo a ser combatido, uma ideia a ser enfraquecida num

Brasil que se acostumou com a impunidade, com o engavetamento e com

a corrupção como regra na engrenagem política.

 

O juiz renunciou a estabilidade do cargo, aos 22 anos de magistratura, e viu

no convite uma oportunidade de consolidar o caminho irreversível da construção

de novos parâmetros de combate à corrupção, um desafio apoiado pela sociedade,

mas tão abertamente alvejado e asfixiado por caciques políticos de PT, MDB e PSDB.

 

Antes de aceitar, fez exigências. A fusão de pastas estratégicas garantem

autonomia e a certeza de que operações como a Lava Jato não serão ameaçadas

em sua independência. Teve a lista de pedidos aceita pelo presidente eleito

Jair Bolsonaro. Por que não seguir em frente? Para evitar críticas majoritariamente

de quem sempre lhe acusou?

 

Não. Moro escolheu pagar o preço. Nada de novo para quem sofreu as mais

terríveis pressões dos últimos anos e não se quedou e nem se intimidou em

cumprir o seu mister de servidor público. Passará um tempo sendo questionado

e tendo suas decisões pretéritas associadas à perseguição e interesses pessoais.

 

Partidarização. É a acusação possível para seus críticos na falta de qualquer

nódoa de corrupção, improbidade ou desvio na sua conduta na magistratura.

Coisas que sobram no currículo da maioria dos seus detratores.

 

A inversão de valores não é de hoje. Há um grande esforço para distorcer e

transformar quem cumpre seu dever em bandido, ao tempo em que

criminosos condenados em primeira, segundo e até terceira instância são

ovacionados, louvados e até motivo de procissões de devotos.

A manchete da Coluna Painel, da Folha, de hoje, resume bem a escolha de

Sérgio Moro para o Ministério da Justica: “Bolsonaro marca pontos com eleitores,

mas abala relação com o Congresso”.

 

Por que será? Tire suas próprias conclusões.