Partido dos Trabalhadores alegou esperar que prisão de Michel Temer tenha sido baseada em fatos consistentes e não como “teria acontecido com Lula”

Michel Temer assumiu o mandato em agosto de 2016, após o impeachment de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff (PT)
Divulgação/Agência Brasil/Wilson Dias

Michel Temer assumiu o mandato em agosto de 2016, após o impeachment de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff (PT)

O Partido dos Trabalhadores (PT) disse esperar que a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) tenha sido “justa e baseada em fatos consistentes” e não como teria acontecido com o petista Luiz Inácio Lula da Silva e em ações contra outros dirigentes do partido, segundo o partido.

Em nota assinada pela presidente nacional do PT , Gleisi Hoffmann, e pelos líderes da legenda no Senado e na Câmara, Humberto Costa e Paulo Pimenta, respectivamente, o partido afirmou que Temer assumiu a Presidência por meio de um “golpe de plorável” e manteve uma agenda de governo que resultou no aumento da desigualdade e da miséria.

Apesar das críticas, a nota destacou a esperança de que a prisão do emedebista tenha seguido procedimentos legais e não tenha sido baseado apenas em especulações e delações sem provas. “Caso contrário, estaremos diante de mais um dos espetáculos pirotécnicos que a Lava Jato pratica sistematicamente, com objetivos políticos e seletivos”, diz o texto.            

Comentando o caso de impeachment movido contra a ex-presidente Dilma Roussef, em 2016, e a decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de barrar a candidatura de Lula à Presidência no ano passado, o PT alegou ter descoberto os “principais artífices” que moveram  Temer durante tais ações: “o sistema financeiro, os representantes dos interesses estrangeiros no país e a mídia conservadora”.

De acordo com o partido, a própria Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro estariam envolvidos nesse esquema e estariam travando uma “encarniçada luta pelo poder” contra o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e a cúpula da Procuradoria Geral da República (PGR).  

Temer foi preso pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (21), assim como o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. O ex-presidente responde a dez inquéritos, cinco deles em primeira instância e cinco no Supremo Tribunal Federal. Michel Temer foi o 37º presidente do Brasil e assumiu o mandato em agosto de 2016, após o impeachment de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff ( PT ), ocupando o cargo até o final de 2018.