O escritor Luiz Luffato, um dos escritores brasileiros mais aclamados no Salão de Livros de Paris, confessou que aposta na literatura como instrumento de transformação do mundo: “Se não acreditasse na possibilidade de transformação do mundo, ou especialmente do Brasil, com a literatura, eu certamente não seria escritor.”
Escritor de obras consagradas como “Inferno Provisório”, em que faz um recorte da realidade brasileira, a partir da “classe média baixa”, Luffato tem sido um crítico do País dos escândalos, porém afirma: “Por mais estranho que possa parecer, eu sou um otimista. O otimista é aquele que critica porque deseja que as coisas mudem, O pessimista é aquele que acha que está tudo bem e não há nada a fazer.”
Luffato surpreendeu, quando na abertura da Feira de Frankfurt de 2013, ao discursar em nome dos escritores brasileiros, afirmou: “O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os limiares do século 21, de escrever em português, de viver em um território chamado Brasil.”
E mais: “Filho de uma lavadeira analfabeta e de um pipoqueiro semianalfabeto e, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu destino modificado pelo contato, ainda que fortuito, com os livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida de uma pessoa, então a literatura pode mudar a sociedade.”
Em Paris, Luffato reafirmou suas convicções com a força que a literatura tem para mudar e transformar as pessoas e a sociedade, para melhor.
Helder Moura