Salta aos olhos de quem se dispõe a analisar a política com um pouco mais de atenção a falta de inteligência de parte da oposição ao governador João Azevêdo (PSB). Eles conseguem transformar o que, no julgamento deles seria uma atitude reprovável do gestor, em um elemento a gerar simpatia por parte da população, da imprensa e demais setores.

O caso da vez foi a viagem de João para a Europa, em uma licença de 10 dias após mais de três anos de trabalhos ininterruptos no Governo do Estado da Paraíba. Tentaram vender a ideia de que o governador teria abandonado o trabalho em um período inadequado.

Porém, é justamente o contrário. Desde que teve início a pandemia da covid-19, esse é o período mais tranquilo e propício para um descanso merecido, afinal, o estado ficou 12 dias sem nenhuma morte pela doença, em virtude do trabalho de João, tomando medidas impopulares que foram severamente criticadas por esses mesmos opositores, mas que hoje demonstram inequivocadamente a sua eficácia.

Outro ponto citado por eles e que certamente não conseguiu convencer a maioria da população paraibana, já vacinada contra discursos politiqueiros em ano de eleição, foi o de que o governador, vejam só, estaria usando dinheiro público durante sua estadia no continente europeu. Que prova eles poderiam ter disso? Pelo contrário! A vida de João sugere justamente o oposto do que eles acusam. Afinal, o governador é engenheiro por formação, professor aposentado do IFPB e trabalhou por diversos anos como secretário de estado e de municípios como Bayeux e João Pessoa. Será que ele não tem dinheiro para bancar uma viagem de 10 dias na Europa? É óbvio que tem.

Ao tocarem no assunto, eles ainda criticam, indiretamente, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é apoiado por muitos deles. Afinal, até pouco tempo atrás qualquer brasileiro, literalmente, podia custear uma viagem para a Europa e até para os Estados Unidos. Se hoje isso soa tão absurdo ou reflexo de uma vida luxuosa, como eles estão afirmando, é um dos efeitos do caos econômico no qual o Brasil foi mergulhado sob as gestões recentes, dentre elas, a do ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes.

Se o povo passa fome enquanto João vai descansar merecidamente frequentando restaurantes de Portugal ou de qualquer país que seja, com dinheiro do seu bolso, certamente ele é o menos culpado da história. Afinal, quem é o responsável pela inflação altíssima, carestia dos gêneros alimentícios e desvalorização do real senão Bolsonaro e sua equipe econômica? João, como governador, inclusive, é uma das poucas pessoas que pode se orgulhar de que combateu a fome e a miséria na Paraíba de maneira efetiva com o programa Tá Na Mesa, por exemplo. Hoje são cerca de 30 mil refeições diárias servidas em 147 municípios para a população de baixa renda.

O tiro saiu pela culatra