Rua Maciel Pinheiro antiga Conde D’Eu, depois Rua das Convertidas e também Rua do Comércio. Uma das ruas mais antigas do Bairro do Varadouro com diferentes atividades, comércio e festas populares. Também existia naquela artéria o Beco do João Magro. Via pública que se tornou célebre no princípio dos anos quarenta, uma vez que nela instalaram-se determinadas pensões de mulheres horizontais, ou como se diziam na época, “mulheres de vida fácil”.
Todavia em acabado empobrecimento, as melhores fecharam os seus estabelecimentos e as poucas que sobraram à população cognominou com facilidade de cabarés. As hospedarias como o Hotel Globo, eram frequentadas por senhores da elite social e política da capital e do estado como um todo. As pensões mais famosas foram: Royal, Antoninha, Yeda, Hosana e Laura. Também naquela via, tinha uma espécie de torneira chamada de Bica do Gravatá, além disso, uma casa de loucas para mulheres convertidas ao catolicismo, possivelmente esse hospício ficava onde atualmente funciona a Associação Comercial.
Era um envelhecido e amplo sobrado que existiu até o começo de 1900. Esse hospício de ex-meretrizes foi construído pelo Bispo de Pernambuco, pois a Parahyba achava-se subordinada aos poderes eclesiásticos daquele Estado. Essa casa de recuperação atendia geralmente mulheres que passaram quase toda sua vida, entregando-se a homens em troca de dinheiro, por esse motivo àquela via pública ficou sendo conhecida com a Rua das Convertidas. Também é bom lembrar que aquela localidade, antes da tentativa de construírem o Porto do Capim, era de uma pobreza infinita e muitas mulheres se vendiam por comida ou por uma pequena quantia de dinheiro.
Luiz Ferreira Maciel Pinheiro nasceu no dia 11 dezembro de 1839, na capital da Parahyba, faleceu no Recife no dia 09 de novembro de 1889. Começou seus primeiros estudos em sua terra natal e concluindo na Faculdade de Direito do Recife, de onde teve como colegas de curso, Castro Alves, Tobias Barreto, Martins Júnior e Fagundes Varela. Como universitário no Recife, plantou e escreveu o periódico “O Futuro”; em seguida dirigiu “A Província”, tabloides abolicionista, sendo seu maior coparticipante Joaquim Nabuco. Interrompeu os estudos apresentando-se abertamente para a guerra do Paraguai. Mas no ano de 1867, termina seus estudos, passando a trabalhar como Promotor Público, Juiz e Jornalista.
Texto de Gilberto Stuckert Filho.
Foto de Sílvio Feitosa, do site Olhares.com.