Ricardo diz que não pactua com alguma falha da Cruz Vermelha: “se errou, tem que responder”
O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) se pronunciou pela primeira vez, após deixar o comando do Estado, sobre os episódios envolvendo a Cruz Vermelha, organização social que administra o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL), em João Pessoa, através de uma gestão pactuada.
Em entrevista concedida ao programa Conexão Master, da TV Master, na noite desta segunda-feira (25), Ricardo afirmou que não tinha nenhuma relação com a Cruz Vermelha ou qualquer outra organização social que atua no Estado. Para ele, se forem constados erros, que a OS arque com as consequências. “Se errou, tem que responder”, disparou o ex-governador.
“Com relação a Cruz Vermelha, eu não tenho muito o que falar, porque uma empresa, seja ela social ou comercial, ela quando é selecionada ou vence uma licitação, ela tem que prestar o serviço. Se ela presta o serviço de alguma forma errada ou então ter feito algo que seja ilegal, então ela precisará responder por isso”, pontuou Ricardo.
“Agora, eu falo é pelo Estado, eu falo pelo sistema de saúde, eu por uma situação que particularmente conheço como poucos… Eu lembro que em 2011, como é que eu cheguei ao governo… Chegou no mês de maio eu tinha, por exemplo, o maior hospital do Estado que não conseguia funcionar. O hospital, que numa semana parava o setor de neurologia, na outra semana parava a ortopedia, na outra semana parava a anestesiologia. E não funcionava e as pessoas morrendo. E eu, que sempre tive uma postura contrária às organizações sociais, sempre tive, eu tomei uma decisão, acrescentou.
O ex-governador justificou que a gestão pactuada conseguiu melhorar a assistência promovida pelo Hospital de Trauma. Segundo ele, o número de leitos internos aumentou de 138 para 331, de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de 13 para 35; elevando o número de cirurgias mensais de 4 mil para cerca de 17 mil; e de raio-x de 3,9 ml para 78 mil mensais.
“Só foi possível retirar o Trauma daquela situação de insolvência, e ter governabilidade e ordem lá dentro com uma organização social, que foi a Cruz Vermelha que era conhecida de todo mundo. Até hoje, eu desconheço algum prejuízo que o Estado tenha tido dentro desse contrato. Não sei qual é o prejuízo, você ter um hospital que custa R$ 12,8 milhões, ou seja, o mesmo custeio do Trauma de Campina Grande”, pontuou.
Ainda segundo Ricardo Coutinho, a oposição, que chegou a cogitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar a gestão pactuada com a Cruz Vermelha, sequer criticou a gestão do Hospital de Trauma nas eleições de 2018. “Passamos por uma eleição recentemente e ninguém falou nada”, frisou.
Intervenção acertada
Ricardo Coutinho também avaliou como acertada a intervenção estatal do Governo João Azevêdo na gestão do Trauma de João Pessoa, Metropolitano de Santa Rita Regional de Mamanguape, que mantinham gestões pactuadas com organizações sociais.
“O governador João Azevêdo decretou intervenção, não por irregularidade conhecida do governo, mas em decorrência de intervenção que a Cruz Vermelha Brasileira fez na (Cruz Vermelha) do Estado que era contratada, e não comunicou ao Governo. Foi uma intervenção correta para garantir aos funcionários e servidores que eles recebam aquilo que o Estado repassa religiosamente em dia”, concluiu.
Com informações do WSCOM/VAVADALUZ