O ex-governador Ricardo Coutinho, de volta ao PT, tem um plano para um retorno triunfal à política e todos os caminhos passam, invetavelmente, pela eleição deste ano, em João Pessoa, cidade que já administrou por duas oportunidades. Principal fiador do deputado estadual Luciano Cartaxo, Coutinho tem feito força pela escolha do também ex-prefeito pessoense e a executiva nacional está prestes a atendê-lo pelo que os bastidores indicam.
Enquanto aguarda a estratégia de Coutinho vingar, o deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) passou o sábado (26) gravando inserções partidárias para serem exibidas na mídia paraibana. Ele aguarda o anúncio oficial da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) como pré-candidato à prefeitura de João Pessoa, nas eleições de 2024. Mas, o leitor/internauta pergunta:
– Por qual razão o ex-governador, que dizia que Cartaxo não tem conteúdo, credibilidade e nem raciocina, isso sem falar nas outras coisas, quer Luciano como seu trunfo na eleição de 2024?
A resposta é simples. Em processo de desvencilhamento da Operação Calvário, Ricardo Coutinho enxerga em Cartaxo a possibilidade de voltar à cena política, sendo candidato ao governo, em 2026, isso, caro, em caso de sucesso eleitoral da iminente candidatura petista na eleição deste ano, na Capital.
Mas o acordo de Ricardo e Cartaxo não fica só na candidatura do deputado estadual. Caso não tenha o desempenho esperado e fique de fora de um eventual segundo turno, a negociação passa pelo apoio a Cícero Lucena (PP) apenas na hipótese do atual prefeito enfrentar o bolsonarismo na peleja final, ou seja, até voto no deputado federal Ruy Carneiro a dupla admite, dentro de uma estratégia muito mais do ex-governador de tentar desmobilizar a ascensão política do governador João Azevêdo (PSB), aliado do atual prefeito pessoense.
Mas o ex-governador não tem apenas como alvos João Azevêdo e Cícero Lucena. Seu próximo passo, passada a eleição, dependendo do resultado, quer destronar Jackson Macêdo e assumir a presidência estadual do PT, nem que para isso tenha que novamente recorrer à instância máxima de deliberação. À frente do partido, Coutinho quer estar à frente das articulações e organizar o partido para seu retorno triunfal a partir de 2025.
Se tudo isso acontecerá, claro, só o tempo vai dizer, mas, a julgar pelo enredo traçado, o ex-governador já tem um plano e em plena fase de execução.