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QUEM NÃO TEM DINHEIRO CONTA HISTÓRIA (por vavadaluz)

Começava o ano de 1967 e os quartéis do Exercito Brasileiro ainda com o sabor da revolução de 64 porejava autoritarismo, mas sem dúvidas, com muito respeito, disciplina e ordem, onde se podia trabalhar, estudar, passear e outras coisitas mais sem ser importunado.

O quartel General do 1º Grupamento de Engenharia na Paraiba, Quartel considerado de Elite, não só por alojar em suas dependências, Hospital, Maternidade, Dentista, Mercadinho, Vila Residencial Militar, Clube de Oficiais e a própria residência do General Comandante, então à época General de Brigada Vinicius Nazareth de Notari, como pelo numero de recrutas que ali prestavam seus serviços à Patria.

Justamente por isso se fazia necessário uma verdadeira triagem nos candidatos ao Serviço Militar para destacarem naquela corporação chamada de Primeira Companhia de Comando e Serviços do Primeiro Grupamento de Engenharia (CCS) e eram no Maximo 100 recrutas, distribuídos em três Pelotões

O que fazia do quartel uma distinção dos demais, com poucos homens, tudo seria melhor, a comida, as filas, as chamadas, os serviços e por aí vai.

E mais ou menos 100 foram classificados para o Serviço Militar Obrigatório no Primeiro GPTE no ano de 1967 entre eles os de classe social alta, média, e baixa inclusive alguns do interior da Paraiba.

Daí existirem os que se orgulhavam de garbosamente ostentar dos seus Buziquins engraxados , suas fivelas de cintos luminosas de Kaol e seus Bibicos devidamente engomados e posicionados corretamente em suas cabeças.

Para esses que além do exposto acima, ainda por cima tiravam os serviços dos mais metidos a besta, eram chamados de MOCORANGOS.

Os mais ricos, de famílias mais abastadas, tinha vergonha do momento que passavam, da farda e da patente de recruta, enfim vergonha do que não sabiam. Não sabiam eles que eram O BRAÇAO FORTE DA PÁTRIA.

Lá aprenderia como os que quiseram aprenderam a manter a calma sempre que for preciso e nas situações mais complicadas. Lá se aprende a trabalhar em equipe, pois uma missão só alcançará o sucesso caso o trabalho em conjunto seja bem executado. A ética também é bastante difundida nos meios militares. Acompanhada da honra, essas duas qualidades são trabalhadas e fazem com que os militares sejam éticos durante toda a sua carreira. Aprender a sobreviver em meio às diversas situações e dificuldades é algo que é ensinado aos militares. A disciplina é muito exigida dos militares e eles acabam se tornando homens que respeitam compromissos, a hierarquia e a como lidar e se adaptar a situações difíceis e de grandes dificuldades.

Os ensinamentos são diversos de como lidar com uma arma leve a as mais pesadas como metralhadoras de todos os tipos inclusive anteaérea.

Pois muito bem, meio a esses três Pelotões encontrava-se o Soldado Hortêncio do segundo Pelotão comandado pelo Sargento Lima ( um Macête) de numero 135 que na hora da chamada respondia alto e em bom som HORTENÇOOOOOUUUUUPPPP,  e esse Çoouupp provocava sussurros e risos nos demais companheiros.

Tinham os recrutas, inclusive o Hortencio, recebidos instruções de que o SENTINELA quando no Posto era maior AUTORIDADE DO QUARTEL e que do Soldado ao General tinha que prestar-lhes continência como diz  Art. 266. À sentinela é, por todos os títulos, respeitável e inviolável, sendo, por lei, punido com severidade quem atentar contra a sua autoridade; por isso e pela responsabilidade que lhe incumbe, o soldado investido de tão nobre função deve portar-se com zêlo, serenidade e energia, próprias à autoridade que lhe foi atribuída.

Era uma segunda feira de tempo nublado e frio quando o soldado Hortencio exemplarmente se punha a frente do Quartel General do  1º GPTE, mas precisamente na Guarita,  assumindo as funções de Sentinela.

IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA

 Pernas semi abertas, capacete cobrindo a testa, Mosquetão carregado INTE a boca e devidamente embaionetado o que o tornava maior que o portador, uma postura impecável, quando passa pela Epitácio Pessoa , desapercebidamente pedalando uma bicicleta rumo ao seu quartel de trabalho, um segundo sargento da gloriosa Policia Militar.

E eis que obedecendo as instruções do dia anterior o soldado Hortencio foi logo gritando ; HEI RAPAI !!! CADÊ A CONTENENÇA RAPAI ? NUN TA VENDO A OTORIDADE AQUI NÃO ? MIM  RESPEITE RAPAI ! DA MEIA VORTA E VEM DA A CONTENENÇA RAPAI !!!

Bem, não consta nos anais o que fez ou o que não fez o Sargento interpelado, mas que as instruções recebidas foram postas em prática foram.

Um registro especial do último encontro dos pracinhas do período revolucionário de 1964 na feijoada do João. Aqui podemos distinguir hoje, coronéis, advogados de renome, medico oftalmologista dos mais conceituados da Paraiba, Engenheiros, Bancarios, Funcionários públicos e Imbiota que nem eu.