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QUEM NÃO TEM DINHEIRO CONTA HISTORIA (por vavadaluz)

Durante essa minha “Via Crucis” de vida tentando de galho em galho sustentar uma prole com certo conforto e acima de tudo com dignidade, uma das minhas paradas foi em Salvador na Bahia onde montei uma verdadeira Concessionaria de  veículos automotores no meio da rua, em pleno  canteiro do jardim dos namorados, frente para o mar, INTÉ que a Prefeitura me descobriu e fui injustamente despejado.

Pois muito bem, nesse período Baiano conheci dois agentes da Policia Civil de Minas Gerais, que vou dispensar o nome com medo de represálias, que sempre vinham a Salvador comprar carros mais baratos e leva-los para Belo Horizonte.

Fizemos uma amizade sincera, nos divertimos muito, mas logo percebi que os dois eram bagunceiros, farristas por excesso. Certa feita fui busca-los no Aeroporto de Salvador e quando passamos pelo Bambuzal, eles dispararam suas pistolas dando boas vindas a eles mesmos.

E depois de muitos convites para ir a BH resolvi por em pratica e parti uai !

Em lá chegando fui muito bem recebido, me instalaram em um bom hotel e marcou-se um encontro a noite para uma solenidade da Policia Militar o que me fez estar de BLAZER E GRAVATA esperando-os.

E pontualmente lá chegaram os dois numa viatura da PM tipo camburão com duas cabines, me mandaram sentar atrás, ligaram o Giroflex, abriram a boca da sirene e tome-lhe avançar sinal, cortar pela direita, contramão e outras coisitas mais, INTÈ chegarmos a um prédio de luxo onde em uma ala comercial havia uma porta hermeticamente fechada e o escuro predominava.

Foi aí que minha Via Crucis passava por  mais um capitulo improvisado. De Repente desceram com armas pesadas , chutaram a porta e gritaram ; ABRAM É A POLICIA, ABRAM SENÃO ARROMBAMOS.

Uma senhora abriu uma fresta, verificou do que se tratava e mandou-os entrar.

Um dos policiais olhou pra dentro da viatura onde eu tava todo encolhido de Paletó e gravata e berrou : DESÇA DOUTOR, PEGAMOS EM FLAGRA.

Desci, entrei, e então vi tratar-se de um CASSINO DE LUXO com dezenas de apostadores masculinos e femininos de alto nível social e financeiro.

E o policial continuou ; OLHEM AÍ, ESSE É  O DR WALTER GÓIS, DELEGADO NOVO, VEIO SÓ PRA ACABAR COM ESSA PODRIDÃO NÃO É MESMO DOUTOR ?

Era um sonho ? matutava eu antes de me travestir de delegado, mas tomando ares de delegado respondi : É ISSO MESMO, VAMOS LEVAR TODO MUNDO EM CANA E AGORA, TÃO ME OUVINDO ?

 Rapaz ! foi um CHORUMINGADO  tão grande, mas fazer o que ? com as metralhas em ristes ?

A senhora que tinha antes aberto a porta era a GERENTE do cassino, chamou um dos agentes, que eu acho que já se conheciam,até porque ela não se abalou pude notar, pediu um particular mesmo a vista de todos, balbuciaram algo, o agente concordou com um balançar de cabeça e ela saiu chamando um por um dos clientes para um reservado.

Depois de segredar com todos voltou ela, se dirigiu ao agente, entregou uma ENCOMENDA e o agente gritou : VAMOS EMBORA DOUTOR, AQUI É TUDO LEGALIZADO NA FORMA DA LEI, O DOCUMENTO TA AQUI COMIGO. BORA !!!.

Eu estava tão absorto na posição de DELEGADO que quase não concordo com o agente e aí foi quando ele me deu uma CUTUCADA com o cano da metralhadora e perguntou : NÃO ENTENDEU NÃO FOI DOUTOR  ?

Vendo a marvada apontada pra minhas costelas mesmo sem entender o que ele perguntou , respondi : CLARO QUE ENTENDI, LEGALIZADO É OUTRA COISA. BOA NOITE A TODOS E BOA SORTE NO JOGO.

Resultado : Depois de uma noite de trabalho dessas fomos para uma BOITE e dividimos os documentos do Cassino