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Blog do Vavá da Luz

QUE VENHA 2022

Que venha 2022!

Oano de 2021 foi de grandes desafios! Muitos deles vencidos, outros ainda em andamento, como os reflexos da pandemia na saúde e na economia e a estagnação de reformas importantes para o País – infelizmente ainda na fila de espera. Por sua vez, 2022 trará um elemento que por si só acirra os ânimos: as eleições. Então, para o ano vindouro, desejo ao Brasil e aos brasileiros, saúde, equilíbrio e paz social.

Em nome desse último anseio e da construção de uma sociedade harmônica e pacífica, precisamos buscar a coexistência de princípios aparentemente divergentes, mas que são eternos e necessários, entendendo que o respeito a ideias e pensamentos é elemento essencial à democracia.

A atual polarização do País extrapola a ciência política e atinge nossa rotina social. Por não sabermos lidar com a euforia própria da temática, nossas relações interpessoais acabam sendo afetadas. Muitos brasileiros de boa-fé, por entenderem que seus pontos de vista representam o bem maior para o País, por um raciocínio (i)lógico concluem que os contrários representam o mau, o ruim, o incorreto. E com o mau não se discute, não se dá ouvidos, não se tolera. Nessa linha de pensamento cartesiano e excludente acabamos com a Ágora dos tempos da Grécia Antiga, o espaço da cidadania, símbolo da democracia e do debate público. As conversas temperadas de bom senso e gentileza terminam por ocorrer apenas entre aqueles que têm uma mesma visão do mundo e da política.

Todas as esferas da vida só prosperam com diálogo civilizado e construtivo. É preciso superar a agenda do confronto, do “eu contra você” e “nós contra eles”. Sem o debate e a troca de conhecimentos e visões não se chega a um consenso. Afinal, ansiamos pelo melhor para todos os brasileiros, não somente para aqueles com quem comungamos das mesmas premissas.

A conversa, sem condenação prévia, sem rótulos, mas com abertura para o crescimento e soluções pacíficas, é fundamental para o avanço do Brasil, fortalecimento da democracia e resgate da paz social.

A convivência —  do latim “convivere” — só alcançará a paz social quando entendermos a etimologia da palavra e realmente passarmos a “viver com”: respeito e multiplicação de olhares e de argumentação. Somos muito mais do que zero e um, certo e errado, para frente e para trás, esquerda e direita. A nossa complexidade e a capacidade de pensar além do binário permitiram a evolução que trouxe a humanidade até aqui.

Já superamos o tempo das cavernas e hoje podemos adquirir conhecimento e resolver problemas de maneira integrada e civilizada. Agimos e pensamos diferente, mas somos todos brasileiros e compartilhamos a busca comum pela felicidade, dignidade e acesso aos direitos sociais previstos na Constituição, tais como: educação, saúde, trabalho e segurança. Em essência, buscamos todos o mesmo fim, sabemos aonde queremos chegar, o que muda é o pensamento individual sobre o melhor meio.

Não há receita de bolo para as tomadas de decisões sobre o futuro do Brasil. O melhor caminho é pensarmos e atuarmos juntos, unirmos esforços. Cada um apresentar o seu entendimento do que são os problemas e quais seriam as soluções possíveis e a partir dessa riqueza de olhares virão as melhores propostas, projetos e respostas.

Todos precisam ser ouvidos e considerados, é na diversidade que conhecemos o novo, aprendemos e entendemos o outro. Respeitar o próximo é o grande passo para avançarmos em harmonia.

Precisamos, como povo e como instituições pública e privada, começar a enxergar e a vivenciar o coletivo, a reencontrar as raízes do Brasil real: um país de valores profundos, capacidade criativa e convivência pacífica. É preciso acatar os princípios legais, a liberdade de expressão, o direito de locomoção, de manifestação e isso significa, também, não haver diferenciação entre os cidadãos.

O que importa é um projeto de País que contemple todos os brasileiros, e não um projeto de poder. Precisamos consolidar instituições eficientes e protegidas da cultura da corrupção, honrando o pacto geracional.

Podemos estar divididos nas ideias e ideais. Essa pluralidade e principalmente o respeito a ela, fazem parte da democracia e do crescimento do País. É na união dos opostos que nos tornamos unidade. Um só povo. Uma só Nação. Um só Brasil. Somos partes únicas de um todo. Os debates devem ser conjuntos, inclusivos e participativos, mesmo quando as posições individuais ou setoriais sejam antagônicas. Nossa lealdade precisa ser com o futuro do Brasil e não com interesses específicos.

Em nome da paz social, objetivo nacional permanente, convido os brasileiros e brasileiras a mais do que enxergar, aceitar os opostos como parte presente e indissociável de seu todo. Assim, reduziremos as tensões e alcançaremos o bem comum. Na Ágora brasileira, as ideias podem e devem ser defendidas com veemência, tanto pela sociedade quanto pelos poderes constituídos, mas sempre dentro dos limites éticos e legais. Um povo atento e que caminha junto é sempre mais forte!

O Brasil é muito maior que os obstáculos que o assolam e, com a união do povo brasileiro, será possível ultrapassá-los.

Que venha 2022!