Produção de abacaxi representa 50% da fruticultura cultivada na Paraíba, segundo estudo do Etene
A produção de abacaxi na Paraíba alcança patamares próximos dos 10 mil hectares plantados por ano e situa o estado como o segundo maior produtor do fruto no país. Apenas a abacaxicultura representou mais de 50% do valor bruto de toda produção da fruticultura estadual, no ano de 2021. A informação é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão vinculado ao Banco do Nordeste, que elabora e difunde informações socioeconômicas da região.
A faixa litorânea é a área de maior cultivo, com as mesorregiões do Agreste e Mata Paraibana. As cidades de Araçagi, Lagoa de Dentro, Itapororoca, Pedras de Fogo, Santa Rita, Cuité de Mamanguape e Curral de Cima concentram 82% de toda produção do estado.
Um dos clientes do Banco do Nordeste (BNB) é o produtor Tobias Lopes, que tem selo de
certificação orgânica na produção do fruto. Para receber o selo, o produtor passou quatro anos estudando o manejo e a viabilidade do cultivo do abacaxi orgânico no Sítio São José, em Itapororoca. Ajustou o terreno para o modelo orgânico que atualmente produz 30 mil frutos por hectare, com irrigação por gotejamento e sem uso de qualquer agrotóxico.
Além da fruta, o produtor está analisando o uso da folha do abacaxi para produção de fibra têxtil. Em junho, o produtor esteve em encontro com pesquisadores e técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), além de representantes do Banco do Nordeste, para tratar do assunto. “Estamos avaliando o aproveitamento da folha do abacaxi na produção de fibras têxteis, uma forma de beneficiamento da atividade que pode tornar o cultivo ainda mais lucrativo”, destaca o produtor.
O Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter) do BNB realizou encontros, em junho, nas cidades de Lagoa de Dentro, Araçagi e Itapororoca, com o objetivo de estruturar e organizar essa cadeia produtiva e reduzir os riscos com a oferta de crédito.
A Paraíba registra mais de 263 milhões de frutos extraídos por ano, proporcionando receitas da ordem de R$ 325 milhões para a economia estadual. As medidas a serem implementadas pelo Prodeter visam levar maior eficiência à produção e, por conseguinte, gerar maiores receitas e produtividade aos campos, a exemplo do abacaxi orgânico.
“Reunimos os principais produtores, entidades parceiras, atores e elos da cadeia produtiva do abacaxi, para construirmos juntos um Plano de Ação Territorial da abacaxicultura paraibana”, destaca o agente de desenvolvimento do Banco, Kennedy Wanderley de Sousa. O plano focará na organização e estruturação da atividade no território, além de implementar ações de inovação e de difusão tecnológica que agreguem maior valor à produção.