Presidenciável tem imóvel leiloado para indenizar ex-presidente
MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente do Senado Eunício Oliveira arrematou por R$ 520 mil um apartamento do ex-governador Ciro Gomes (PDT).
O pregão, encerrado na segunda (12), foi autorizado pela Justiça como forma de pagamento de indenização por danos morais ao senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL).
O ex-presidente abriu um processo contra Ciro após o pedetista afirmar, em entrevista publicada em 1999, que o ex-presidente Lula deveria ter chamado Collor de “playboy safado” e “cheirador de cocaína” em debate nas eleições de 1989.
“Tava barato”, diz Eunício, às gargalhadas, sobre sua opção de compra. “Eu já ganhei quatro processos [por difamação], tenho R$ 600 mil para receber dele [Ciro Gomes]. O que ele tiver, vai: casa, carro”, afirma à reportagem.
Ele diz estar interessado em outros imóveis de Ciro que possam ser penhorados.
“Ele não chamou o [vereador] Fernando Holiday de capitão do mato?”, exemplifica. “Ele [Ciro] perde todas as ações.”
O imóvel leiloado está localizado em Fortaleza e foi avaliado em R$ 409.647,90 pela empresa Megaleilões, que realizou o pregão. Em uma primeira oferta, segundo Eunício, o imóvel havia sido oferecido por R$ 1 milhão.
“Eu sou investidor, a imobiliária compra e vende”, segue. Ele não revela quantos imóveis têm eu seu nome.
“Está tudo declarado no meu Imposto de Renda”, responde ao ser questionado.
Eunício ainda diz que não tem pressa para revender o antigo apartamento de Ciro -o ex-presidente do Senado está passando uma temporada em Miami (EUA), para onde viajou a fim de imunizar seus filhos contra a Covid-19.
“Já estou vacinado. Em Miami, você chega e escolhe se quer Janssen, Moderna”, afirma.
A indenização na ação movida por Collor contra o pedetista foi fixada em cerca de R$ 400 mil -os quais não foram pagos por Ciro, daí o pedido de penhora do apartamento.
O ex-presidente é representado pelo advogados Regina Manssur e Antonio Manssur Netto na ação.
Questionada, a assessoria do ex-governador não respondeu até a publicação deste texto.