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Prefeitura de Caiçara vai homenagear Maestro Joaquim Pereira

Prefeitura de Caiçara vai homenagear Maestro Joaquim Pereira

 

A Prefeitura de Caiçara, irá no dia 9, sexta-feira, às 15 horas, homenagear um dos seus mais ilustres filhos, o maestro e compositor Joaquim Pereira de Oliveira. O evento terá a participação de quinze bandas marciais, convidadas para homenagear o maestro, executando músicas, compostas pelo mesmo, sendo algumas delas executadas inclusive no exterior.

Nascido na cidade de Caiçara-PB, no ano de 1910, Joaquim Pereira aos 8 anos de idade, já trabalhava na marcenaria do seu pai, José de Oliveira e Silva, mas conhecido por José Faustino, que era marceneiro e músico. Além da arte da marcenaria, que ja aprendia com o pai, o menino Joaquim, tinha iniciado o aprendizado com aulas de flauta e clarinete e com pouco tempo, com o clarinete, já acompanhava o pai nas festas profanas e religiosas do municípiom

No ano de 1925, então com 15 anos de idade, em determinado dia, se apresentava na Festa da Padroeira da cidade, quando foi observado pelo regente da Banda de Música da Polícia Militar, que encantado com as qualidades musicais do rapaz, procurou o genitor do mesmo, solicitando autorização para levá-lo para a capital e sendo menor idade, ele foi contratado como arquivista da banda de música.

Na banda de música da polícia, teve excelentes professores e
Joaquim aprendeu muito com muito com seus mestres, tanto que com apenas 19 anos de idade, era regente da banda de música da Polícia, sendo certamente o mais jovem mestre de banda de música militar do Brasil.

Durante a sua permanência à frente da banda de música, compôs dezenas de músicas de vários gêneros, destacando-se, porém, nos dobrados, sendo a sua magistral composição, “Os Flagelados”, sido inspirada nos retirantes da seca, que se postavam defronte ao prédio dos Correios e Telégrafos. A composição foi na verdade um grito de dor e revolta do compositor, indignado com a fome e a miséria que presenciava todos os dias ao se dirigir para o expediente no quartel da Polícia Militar.

Naquela oportunidade, o Coronel Otto Feio, então comandante do 22° Batalhão de Caçadores, sediado na capital João Pessoa, ao tomar conhecimento das qualidades musicais de Joaquim, fez gestão, junto ao então interventor da Paraíba, Gratuliano de Brito, para cessão do músico ao Exército Brasileiro. O interventor, após muita resistência, cedeu o músico, tendo o mesmo trocado a patente de 3° sargento e mestre da banda de música da polícia, para ingressar no Exército Brasileiro. como soldado músico de primeira classe, pois tinha ele certeza que com os seus conhecimentos e talento, logo se submeteria às provas de sargento músico e seria aprovado, o que aconteceu alguns meses depois.

Em suas atividades no 22° BC, Joaquim Pereira continuou sua inspirada trajetória como compositor, chegando em pouco tempo, a regente titular da banda de música.

No ano de 1951, ao ser promovido ao posto de 2° tenente músico, o maestro paraibano foi nomeado para dirigir a banda de música da Academia Militar de Agulhas Negras – AMAN, na cidade de Resende, no Rio de Janeiro.

Em poucos meses, a Banda de Música da AMAN já estava totalmente reorganizada.
O maestro Joaquim Pereira escreveu, naquela
época, dentre outras, o dobrado “Academia Militar”, executado freqüentemente naquela escola de formação de oficiais do Exército.

No ano de 1954, saudoso de sua terra natal e com apenas 44 anos de idade, solicitou a sua reforma do Exército Brasileiro, sob protesto de todos os seus superiores hierárquicos e dos seus colegas da banda, retornando então para a Paraíba, onde se reintegrou as atividades da Orquestra Sinfônica, da qual tinha sido um dos fundadores e seu segundo maestro.

Joaquim Pereira é nome dos pavilhões de música da Aman em Rezende/RJ e do 15° Batalhão, bem como nome de rua e praça em João Pessoa e ainda é lembrado com seu nome na rodovia que leva a cidade de Caiçara, sua terra natal.

No dia 28 de abril de 1993, o maestro Joaquim Pereira faleceu, sendo a sua morte sido registrada por todos os veículos de comunicação do Estado da Paraíba.

Pedro Marinho
biógrafo do maestro.