GDias, ex-ministro de Lula, ficou inerte após alerta de invasões no 8 de janeiro: “Havia tempo para reagir”, diz general
Ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Carlos José Assumpção Penteado disse na segunda-feira (4/9) ter havido inércia do então ministro do GSI, Gonçalves Dias (GDias), na invasão ao Palácio do Planalto em 8 de Janeiro.
Penteado prestou depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga as depredações às sedes dos Três Poderes. Ele afirmou que haveria tempo das forças de segurança reagirem se as informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tivessem sido repassadas por GDias.
Segundo Penteado, houve falha no fluxo de informações entre os órgãos de segurança do Planalto.
“Poderia não ter acontecido? Poderia. Se os alertas tivessem chegado àqueles que tinham condições de colocar em execução o Plano Escudo, isso teria sido efetivo. A inteligência não chegou a quem devia atuar. Os alertas eram enviados direto ao ministro [GDias]. Não chegou para nós”, disse o militar da reserva.
Penteado citou ainda as mensagens trocadas entre o ex-diretor-geral da Abin, Saulo Moura, e GDias na manhã do dia 8 de janeiro.
“Às 8h36 da manhã do dia 8 de janeiro, a Abin avisa [a GDias] que já tinha formado opinião sobre a manifestação e que ela teria, como teve, o grau de violência que houve. Às 8h36, o ex-ministro já tinha cognitivamente chegado à conclusão. Ele mesmo diz: ‘Vamos ter problemas’”, lembrou Penteado.
“Das 8h36 até a invasão do Planalto, por volta das 15h10, nós teríamos tempo de fazer muita coisa. Teríamos tempo de fazer a chamada do gabinete, colocar as tropas lá, teríamos tempo de levar as tropas previstas no Plano Escudo par o Palácio do Planalto. Nós teríamos tempo de reagir. Nós não recebemos a informação”, lamentou.