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PAÊBIRU, O DISCO MAIS CARO DO BRASIL, GRAVADO POR ZÉ RAMALHO, INSPIRADO NA PEDRA DO INGÁ, SERÁ RELANÇADO

Disco raro com coautoria do cantor Zé Ramalho será relançado pela Polysom

No mercado clandestino, o LP original chega a custar quase R$ 6 mil

Em 1975, Recife teve uma invernada e tanto… Uma dessas chuvas cavalares inundou o estúdio Rozemblit e acabou com as gravações máster de um disco gravado pelo paraibano Zé Ramalho em parceria com o pernambucano Lula Côrtes: ‘Paêbirú’. Das únicas 1.300 cópias da prensagem original, mil foram perdidas em uma enchente. No mercado clandestino, o LP original chega a custar quase R$ 6 mil. É o disco mais raro e mais caro do Brasil.

Dentro dessa tragédia toda, uma boa notícia. ‘Paêbirú’ ganhará um relançamento remasterizado. E quem vai relançar é Hélio Rozemblit, o mesmo que gravou o álbum original. A informação está na coluna de Lauro Jardim, de O Globo. O relançamento será da gravadora Polysom e o preço bem salgadinho: R$ 250.

A principal inspiração dos músicos na criação do disco foi a Pedra do Ingá, situada no município de Ingá, a uns 100 km de João Pessoa. O local é um dos monumentos arqueológicos mais significativos do mundo. Há inscrições rupestres nas pedras e a dupla de músicos acreditava terem sido feitas por visitantes extraterrestres.

É um disco de vinil duplo, com onze faixas. São composições dos próprios músicos, Lula Côrtes e Zé Ramalho. Dentre os músicos que contribuíram para a gravação do álbum estão os renomados Alceu Valença e Geraldo Azevedo. A parte gráfica do disco ficou por conta de Katia Mesel, então esposa de Lula Côrtes.

Foi relançado no ano de 2005 em vinil e CD na Europa pelo selo Mr. Bongo. Só foi relançado em CD no Brasil em 2012. Agora, ganhará uma remasterização e um novo lançamento. ‘Paêbirú’ é psicodélico e referência os elementos da música indígena. O disco em vinil conta com quatro lados: ‘Terra’, ‘Ar’, ‘Fogo’ e ‘Água’.

No lado ‘Terra’, o som é mais percussivo. No lado ‘Ar’, foram introduzidas conversas, risadas, e suspiros, além de harpas e violas. ‘Fogo’ tem uma pegada mais roquenha. Em ‘Água’ há elementos da sonoridade nordestina e louvação a entidades relacionadas à água. As informações são do Jornal A União.

Texto: Jãmarrí Nogueira