O governo federal exonerou nesta segunda-feira Alexsander Moreira do cargo de Diretor de Apoio à Gestão Educacional, da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. Ele foi um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) para apurar uma suspeita de crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica. 

De acordo com as investigações, o superfaturamento da compra de kits de robótica gerou prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, em recursos desviados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao MEC.

O ministério já tinha afirmado na semana passada que afastaria Alexsander do cargo. Ele era responsável por avaliar o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação pelos municípios.

De acordo com a PF, os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do FNDE.

Ex-assessor de Lira entre alvos

Luciano Ferreira Cavalcante, que foi assessor do gabinete de Lira, estava também entre os alvos da operação. Hoje, ele está lotado na liderança do PP, partido do presidente da Câmara.

Em entrevista a GloboNews, questionado sobre a ação realizada pela Polícia Federal, Arthur Lira disse que “cada um é responsável por seu CPF neste país”:

— A gente fica mal com uma notícia como esta, mas eu não posso emitir qualquer juízo de valor sobre uma operação sem ter acesso a investigação. Posso dizer que não me sinto atingido e não tenho nada a ver com isto.

O inquérito apontou que as contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.

Com O Globo