O silêncio dos inocentes ou a ingratidão dos covardes?
Por Eliabe Castor
A ingratidão é algo que acompanha a história do homem ao longo da sua trajetória enquanto ser social. Ao seu lado, o silêncio também caminha entrecruzando a linha tênue da omissão, negação e covardia. Poderia, eu, buscar inúmeros exemplos históricos na antiguidade sobre tais aspectos faltosos, mas não pretendo, pois disponho de um atual e próximo.
Falo do silêncio pouco inocente daqueles que usufruíram do respaldo político do ex-governador Ricardo Coutinho, firmando-se em cargos eletivos ou expandindo seus respectivos cabedais eleitorais. Senadores, deputados estaduais, federais, vereadores e um sem fim de “fiéis escudeiros” cavaram uma “trincheira gestual” quase covarde, não emitindo defesa necessária aos ataques e insinuações contra o ex-gestor e o seu vitorioso legado.
Na sua Bastilha, Ricardo Coutinho começa a observar a movimentação dos generais não afeitos às suas posturas ideológicas e políticas. Nesse tabuleiro beligerante, tais deslocamentos estratégicos são usuais e naturais. O problema identificado na batalha reside no fastio dos aliados que cerram fileira ao lado do ex-governador e gozam da sua confiança. Eles parecem não estar propensos ao embate, mas deveriam, afinal o ex-gestor possui forte capacidade de articulação política e alto índice de aprovação na sociedade. Isso contará em 2020.
Vozes costumeiras e estridentes da política paraibana parecem “dormir em berço esplêndido” entre o Planalto Central e o Rio Sanhauá. Seguem o script do “entrar mudo e sair calado”. Observam, de maneira passiva e inerte, aos ataques desferidos contra seu aliado. Um gesto pouco nobre àquele que os apoiou, de forma decisiva, no pleito de 2018 e em outras eleições pretéritas.
Por fim, na atual Parahyba do Norte, cabe, de forma perfeita, o pensamento do jornalista, escritor e político mexicano, Ignacio Manuel Altamirano, que viveu no século XIX. Disse ele, em reflexão angustiada: “A ingratidão é o preço do favor não merecido”.
Eliabe Castor