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O rei dos estelionatário (Marcos Pires)

Semana passada comecei a contar a história de Valmir Azevedo, o maior estelionatário do país, que muito jovem chegou a gerente do Banco do Brasil e desviou milhões das mais poupudas contas correntes que administrava. Foi descoberto pela vida de ostentação que levava e teve que cumprir pena na Casa de Detenção de São Paulo. Na prisão fez amizade com o supra sumo da bandidagem. Foi solto graças ao Advogado Arnault (guardem esse nome e aguardem). E voltou ao crime. De início aproveitou-se da então insipiente câmara de compensação de cheques. Abria uma conta corrente onde movimentava quantias expressivas adquirindo reputação junto ao gerente. Um mês depois depositava um cheque administrativo de enorme valor de outro banco, sacando no dia seguinte. Desaparecia e o banco ficava chupando o dedo. Enriqueceu de novo e voltou a frequentar a noite paulistana. Porém foi preso novamente e ao se negar a dar uma entrevista ao famoso jornalista Carlos Heitor Cony, este produziu a matéria “Entrevista de mentira com um falsário de verdade”. Publicada na revista Manchete, a matéria trazia uma informação absolutamente falsa; Walmir costumava andar com uma maleta contendo cinquenta mil dólares para eventuais subornos. O próprio Cony, questionado sobre a entrevista falsa, teria afirmado que “-O que estraga uma entrevista é o entrevistado”.

 

Porém a partir dali a vida de Valmir mudou drasticamente. Todo o submundo do crime bem assim muitos policiais queriam roubar a tal maleta. Retirou-se da vida noturna, mas não do crime. Entre uma falsificação e outra conheceu no escritório do seu Advogado, Dr. Arnaut, um ex-Juiz do Paraná que ali trabalhava. Juntos os 3 montaram uma quadrilha para praticar assaltos. Eles planejavam e contratavam meliantes para a operação. Entre tantos assaltos realizaram a segunda maior “operação” a banco do país na cidade de Pindamonhangaba de onde levaram três milhões de cruzeiros, só perdendo para o assalto ao BC de Fortaleza. Foram presos e Walmir enfim praticou o que ficou para sempre como a maior falsificação da história; simplesmente falsificou a concessão de um pedido de graça (dado somente pelo Presidente da República) e fez chegar o papel à direção do presidio, “assinado” pelo Presidente Costa e Silva. Saiu do cárcere aplaudido. Posteriormente foi preso na Venezuela e extraditado para o Brasil. Fugiu novamente do presidio e a última notícia crível dele é de 2014, vivendo confortavelmente no Rio de Janeiro.

 

Teria muito mais a contar, mas tive que resumir à conta do espaço.