Caro Sergio Botelho, as charangas ou troças carnavalescas além do passeio no corso, também eram recebidos nas casas de amigos, que avisados antecipadamente, preparavam mesas fartas de comidas e bebidas. Duas troças se tornaram conhecidas no Carnaval de João Pessoa, Os Morcegos, por conta do caminhão que utilizavam todos os anos e que tinha uma figura grande de um morcego e os Troços na troça do Roger, que tiveram a honra de tocar para o ex-presidente Juscelino Kubitschek e poderosa comitiva, nas dependências do que viria a ser a Boate Tropical do Hotel Tambaú.
O fato é que JK, por questões políticas, foi desconvidado de participar do Carnaval do Clube Cabo Branco, então o gerente do hotel, o Senhor José Sales, entendeu de minimizar os efeitos da grosseria com o ex-presidente e a importante comitiva, composta por JK, Adolfo Bloch, presidente do Grupo Manchete, O banqueiro Moreira Sales, o paraibano Fernando Cunha Lima, o então muito famoso, cantor Dilermando Reis, entre outros.
Como funcionário do Hotel fui encarregad Blacko pelo gerente já no início da noite, para arrumar de qualquer jeito um grupo musical para alegrar a noite de Carnaval improvisado e claro, que se tratava de uma missão impossível, conseguir um grupo que não estivesse trabalhando e aí como eu integrava o charanga os Troços na Troça, tive a ideia de ir até casa de cada componente, todos já recolhidos ao leitos e muitos com alto teor etílico em razão do dia inteiro de bebedeira e assim foi feito, o grupo de modestos amadores, teve a honra de salvar o Carnaval de JK e assim amenizar a má impressão que ele e comitiva levariam da nossa Paraíba.
O Presidente JK tinha como bebida preferida o Wisky John Walker Black bebida da mais alta qualidade e que o Hotel Tambau não detinha no seu estoque no que foi buscada as pressas no Recife, pelo também funcionário Walter da Luz, ou Vava da Luz, como é mais conhecido. Velhos tempos,
belos dias.