Presidente eleito disse que não vai acabar com os programas, mas que não quer nenhum brasileiro dependendo do Estado. Para cumprir promessa de criar 13º, ele terá que economizar R$ 300 milhões por mês no Bolsa Família

Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que programas sociais passarão por auditoria em seu futuro governo
Tânia Rêgo/Agência Brasil

Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que programas sociais passarão por auditoria em seu futuro governo

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que não vai acabar com os programas sociais, mas que vai submetê-los a auditoria em seu futuro governo, a partir da posse em 1º de janeiro de 2019. A declaraçao foi dada após participação em um evento na manhã desta sábado (24) no Rio de Janeiro.

Segundo Bolsonaro , o objetivo do governo é fazer com que todas as pessoas que tenham capacidade para trabalhar entrem no mercado do trabalho e não sejam dependente do Estado. “Projeto social tem que ser para tirar a pessoas da pobreza e não para mantê-la num regime de quase dependência. Nós não queremos nenhum brasileiro dependendo do Estado”, afirmou.

O presidente eleito também afirmou que “logicamente, ninguém será irresponsável a ponto de acabar com qualquer programa social “, mas “todos serão submetidos a auditoria para que aqueles que podem trabalhar entrem no mercado de trabalho e não fiquem dependendo do Estado a vida toda”, disse durante entrevista coletiva após a comemoração do aniversário de 73 anos da criação da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro.

Antes de falar sobre realizar uma auditoria em programas sociais, Bolsonaro já tinha declarado, ainda no começo da campanha presidencial para o segundo turno, que criaria um décimo terceiro salário para beneficiários do Bolsa Família que, segundo ele, seria pago com o dinheiro levantado através do corte de fraudes que ocorrem nesses programas socias.

Principal programa social do governo federal, o Bolsa Família é um programa de transferência de renda criado pelo governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva ainda em 2003 que dá uma ajuda financeira às famílias extremamente pobres (definidas como aquels que possuem renda per capita de até R$ 89,00 ao mês) ou pobres (que possuem renda per capita de R$ 89,00 a R$ 178,00), mas que tenham em sua composição gestantes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos.

Como contrapartida para recebimento do benefício, as famílias cadastradas no programa social precisam manter as crianças e os adolescentes entre 6 e 17 anos com frequência na escola e fazer o acompanhamento de saúde das gestantes, das mulheres que estiverem amamentando e das crianças, que também devem estar com a carteira de vacinação em dia.

Segundo dados do próprio Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), em novembro, o valor médio do benefício foi de R$ 187,32 para as 14,2 milhões de famílias cadastradas, gerando um custo de R$ 2,6 bilhões por mês aos cofres públicos. O orçamento do governo federal para o ano que vem prevê um gasto de R$ 30 bilhões com o Bolsa Família.

Nesses termos, para que o presidente eleito consiga cumprir sua promessa de criar uma 13ª parcela do benefício já no ano que vem , a auditoria prometida por Bolsonaro hoje terá que conseguir encontrar fraudes no valor de R$ 300 milhões por mês, cerca de 11,5% do total de famílias beneficiadas atualmente, para reduzir os custos mensais de R$ 2,6 bilhões para R$ 2,3 bilhões e, assim, não precisar retirar investimentos de outras áreas para repassar para o programa social.

Bolsonaro desobedece ordens médicas, mas “só um pouquinho”

Após desfilar e marchar em evento militar no Rio de Janeiro, Bolsonaro afirma que desobedeceu ordens médicas, mas
Fernando Frazão/Agência Brasil

Após desfilar e marchar em evento militar no Rio de Janeiro, Bolsonaro afirma que desobedeceu ordens médicas, mas “só um pouquinho”

Este também foi o primeiro contato direto com a imprensa do presidente eleito, desde que o resultado dos exames pré-operatórios realizados no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na manhã de sexta-feira (23), diagnosticaram que Bolsonaro “encontra-se bem clinicamente e mantém ótima evolução médica”, mas “ainda mostram inflamação do peritônio e processo de aderência entre as alças intestinais” de modo que a equipe médica multidisciplinar responsável pelo caso clínico do presidente eleito  decidiu adiar a cirurgia para remoção da bolsa de colostomia que estava marcada para 12 de dezembro.

Segundo o Boletim Médico divulgado pelo hospital, Bolsonaro precisará passar por uma nova avaliação em janeiro, quando já terá tomado posse, para que uma nova data da cirurgia seja marcada. Neste sábado (24), o presidente eleito comentou o resultado dos exames e afirmou ter desobedecido “um pouquinho” as recomendações médicas após desfilar e marchar ao lado de outros ex-paraquedistas, mas afirmou que a “vibração” do evento ajuda na recuperação.

“Não tem problema. Eu não posso é me submeter ao esforço prolongado. Reconheço que até desobedeci um pouquinho a recomendação médica, mas, afinal de contas, essa vibração aqui é muito bem vinda e ajuda na recuperação”, afirmou.

O presidente eleito ainda revelou que foi orientado a voltar ao hospital no dia 19 de janeiro para uma nova consulta e, se os médicos constatarem melhor do seu quadro clínico após nova bateria de exames, poderá ser submetido à cirurgia no dia seguinte, portanto, em 20 de janeiro. Caso não ocorra essa melhora, a cirurgia será adiada novamente.

Segundo os médicos, além da internação de cinco dias, Bolsonaro deverá ficar afastado de suas atividades entre sete e dez dias, mesmo após sair o hospital, para completar a fase de recuperação dessa que será a terceira cirurgia realizada por ele após o atentado à faca que sofreu durante ato de campanha ainda no primeiro tunro na cidade de Juiz de Fora (MG). Dessa forma, o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRB), deverá assumir a presidência por pelo menos duas semanas ainda no começo do mandato de quatro anos para o qual a chapa foi eleit