MST invade fazenda em Caruaru, em Pernambuco, 24 horas depois de invasão em Goiás
Na manhã desta terça-feira (25), cerca de 180 famílias vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, protagonizaram uma invasão em uma área de aproximadamente 500 hectares, situada em Caruaru, no agreste de pernambucano. O local é conhecido pelos moradores locais como Fazenda Bonanza.
Segundo o MST, a invasão tem como motivação a crença de que a área não está cumprindo sua função social. O movimento afirma que a luta pela terra e o enfrentamento ao latifúndio são causas centrais na busca por combater a fome e promover o desenvolvimento econômico, visando gerar emprego e renda no país.
Essa ação do MST em Pernambuco ocorre apenas 24 horas após outra invasão realizada pelo movimento em uma fazenda no interior de Goiás. A reação do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), às ocupações foi de crítica, expressando em suas redes sociais que não vê alternativa a ser tomada quanto à invasão da fazenda São Lukas, em Hidrolândia, na madrugada da segunda-feira (24). Caiado alegou que a invasão foi “autorizada” pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, e ainda criticou o apoio dado pelo órgão e pelo governo do presidente Lula à ação do MST. Ele argumenta que tal respaldo apenas contribui para “promover a desordem”.
As invasões de terra pelo MST são frequentemente motivadas por alegações de que grandes propriedades rurais não estão cumprindo sua função social, ou seja, não estão sendo utilizadas para fins produtivos que beneficiem a sociedade como um todo. Mas o fato é que as invasões ocorrem via de regra em propriedades produtivas como as fazendas da Suzano Papel e Celulose. O MST invadiu, três fazendas de monocultivo de eucalipto da empresa Suzano, em Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no Estado da Bahia.
Por outro lado, proprietários rurais frequentemente argumentam que as invasões são ilegais e prejudicam a produção agrícola, gerando insegurança jurídica e econômica para o setor. Além disso, questionam a legitimidade do MST como representante legítimo dos trabalhadores rurais e enfatizam a importância do respeito aos direitos de propriedade e ao Estado de Direito.
O MST voltou com força no governo Lula III. Enquanto nos quatro anos da gestão Bolsonaro foram registradas 62 invasões de terras pelo movimento em todo o território nacional, de janeiro a junho as invasões do MST já somam mais 56. Vale salientar que, no último governo foram entregues mais de 420 mil títulos de terras pelo incra