Moro no STF é ‘colocar soldado para comandar generais’, desabafa ministro
Magistrados de Cortes superiores analisam possível entrada do juiz no Supremo.
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, tem cogitado indicar o juiz federal Sérgio Moro para o Supremo Tribunal Federal (STF), caso ele vença a disputa contra Fernando Haddad do PT. Mediante isso, alguns magistrados de cortes superiores, que não quiserem ser identificados na reportagem da Folha de São Paulo, começaram a criticar tal situação. Para eles, um juiz de primeira instância no STF seria algo desagradável com outros juízes que estão em tribunais superiores aguardando uma chance para entrar no Supremo.
A possível nomeação do juiz da Lava Jato ao STF pelo candidato Bolsonaro já começa a surtir polêmica no meio Judiciário.
Isso não teria caído bem para ministros que compõem cortes superiores a de Moro, que está na primeira instância.
Um dos magistrados chegou a dizer que não é “normal” um juiz pular da primeira instância para o mais alto tribunal do país. Para esse ministro, o certo é que membros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no caso, a terceira instância do Judiciário, possam estar aptos para o STF. Ele também sugeriu desembargadores de tribunais regionais e de Justiça dos estados.
Outro ministro afirmou que se colocarem o magistrado da Lava Jato na mais alta Corte do país é como furar fila: “é como colocar um soldado para comandar generais”, disse ele. Há quem diga que Bolsonaro já estaria criando problemas até com o STJ, pois há muitos ministros que sonham em chegar ao Supremo e ele estaria sendo um obstáculo à frente.
Presidente do PSL
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou que o juiz Sérgio Moro pode sim ser indicado por Bolsonaro para assumir uma cadeira na Corte Suprema.
De acordo com Bebianno, Moro tem tudo para estar no STF. “Ele é uma pessoa séria, patriota e que quer o bem para o Brasil”, disse.
O presidente do partido afirmou que as escolhas de Bolsonaro para o STF serão voltadas para o lado republicano, feitas com credibilidade e competência. Moro poderia entrar no lugar de dois ministros que entrarão na aposentadoria compulsória: o decano Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Isso poderia acontecer apenas em 2020.
Bebianno também reforçou que existirá uma relação harmoniosa entre o eventual Governo de Bolsonaro com o STF.
Focados
O presidente do PSL ressaltou, porém, que o foco deles está nos últimos dias que antecedem a votação do segundo turno. Eles precisam trabalhar para que nada de negativo atrapalhe a campanha de Bolsonaro. O adversário Fernando Haddad (PT) ainda busca uma reviravolta para vencer o capitão.
Via: Blastingnews