Em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador, na manhã desta quinta (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não vai “rir nem chorar” diante das acusações “irreais” de delatores da Odebrecht contra ele na Operação Lava Jato, tornadas públicas na quarta (12). “Vou analisar corretamente, ler cada peça do processo para que possa dizer claramente o seguinte: a delação tem que ser provada. Não basta o cidadão falar uma coisa, por mais a sério ou por mais bobagem que seja, tem que provar”, disse.
“Não posso perder a cabeça com cada coisa dessa [acusações]. Tenho noção do que está me jogo neste momento. Hoje vou conversar com meu advogado, vou me preparar para o meu depoimento, vou continuar fazendo política”, continuou Lula. O ex-presidente respondia a uma pergunta sobre seu depoimento a Sergio Moro, em Curitiba, marcado para 3 de maio. Disse que será “a grande oportunidade para ouvir as acusações” e respondê-las “com muita tranquilidade”.
“Tenho consciência de que não vou ser preso. Para ser preso, tem que ter cometido crime e esse crime tem que ser provado.”
Lula contou que não fica feliz com a implicação dos principais partidos do país, incluindo a oposição ao PT, nas delações recém-divulgadas.
“Mas quando aparecem outros partidos que criminalizaram o PT, primeiro você tem um alívio. A máscara está caindo. Mas queria que não tivesse o PT nem ninguém. Queria que se pudesse fazer política com contribuição pública, fiscalização rígida da Justiça Eleitoral. As contas dos partidos foram aprovadas nos Estados e no Tribunal Superior.”
CONSEQUÊNCIAS
Questionado sobre sua eventual candidatura à Presidência em 2018, disse estar estimulado: “Eu estou na disputa. Vou disputar se me deixarem disputar e vou provar que esse país pode voltar a ser feliz”. Antes, havia comentado que as acusações mexiam com seu “brio” e com sua “honra” e que lhe davam “mais disposição de brigar”.”Não nasci para parar no meio do caminho”, afirmou.
Folha/VAVADALUZ