Vice paraibano quer apoio petista, mas PP rompe com governo e se une à oposição com União Brasil
O vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), vive uma situação política delicada após a oficialização da federação entre PP e União Brasil, que anunciou sua saída da base de apoio ao presidente Lula (PT). Ribeiro, que articula sua candidatura ao governo estadual em 2026 com apoio do chefe do Executivo federal, pode ser obrigado a trocar de partido para viabilizar sua estratégia eleitoral.
A convenção que selou a aliança entre PP e União Brasil foi realizada em Brasília, no dia 19 de agosto, e teve forte tom oposicionista. O evento contou com críticas contundentes ao governo Lula, aplausos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pressão para que os filiados entreguem os cargos que ocupam na gestão petista. Lucas Ribeiro, embora presente, não foi convidado a discursar — um gesto que evidenciou o desconforto interno diante de sua posição política.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), foi o mais enfático ao cobrar o rompimento com o governo. “O partido tem que ter lado. Tem que ter posição clara”, disse, ao acusar Lula de “roubar os aposentados” e “entregar o país ao narcotráfico”. A fala foi aplaudida por quase todos os presentes, com exceção de Lucas Ribeiro e dos ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), que também mantêm vínculos com o governo federal.
A nova federação, que terá duração mínima de quatro anos e atuará unificada nas eleições de 2026 e 2028, já é a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares. A estrutura robusta e o discurso de oposição tornam incompatível, na prática, a permanência de lideranças que pretendem disputar cargos com apoio do presidente Lula.
Nesse contexto, Lucas Ribeiro pode precisar mudar de partido até o prazo legal de filiação, que se encerra em 5 de abril de 2026. A troca seria necessária para garantir sua candidatura ao governo da Paraíba com respaldo do campo governista, já que o PP caminha para consolidar sua posição na oposição.
A decisão de Ribeiro será estratégica e pode redefinir os rumos da disputa estadual. Sua permanência no PP, diante da nova configuração política, se torna cada vez mais insustentável para quem busca apoio direto do presidente da República.
(Fonte: redação Click100 com convenção nacional do PP e União Brasil realizada em Brasília / Foto: reprodução redes sociais)