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LIBERDADE! LIBERDADE ! (Porvavadaluz)

 

A palavra LIBERDADE, escuto desde criança, mas livre mesmo só é quem não se prende a lembrança

Eu tinha dois passarinhos em cativeiro, um galo de campina que me foi dado como pagamento de uma dívida por Ailton de Zé Mago, e um coleira, ambos magníficos seresteiros,  acordavam-me quando madrugada e me faziam dormir após o almoço, ficavam engaiolados na parede acima de minha rede.

Certo dia, deitei-me na rede e comecei a observá-los  a cantar incansavelmente, só então pude notar que os seus cânticos não eram de alegria e sim de desespero, apelação e em mente perguntei-lhes:

Amigos, porque é que cantam?

Será que é a solidão?

Ou será que pouco a pouco

Vocês se tornaram loucos

Nessa horrorosa prisão?

E em mente ouvi um deles me responder:

Não é só a solidão

Na vida o que maldizemos

Sem voar, fico ocioso.

Prisão é pra criminoso

Que crime que cometemos?

Tive um sobressalto estranho e….:

Saltei da rede, ligeiro.

Como se fosse espetado

Com uma faca que corta

Das grades, rompi a porta

E continuei deitado…

Nenhum dos dois saiu de imediato e continuaram a cantar E eu ouvi perfeitamente nos seus cantos:

Cantamos pela tristeza

Cantamos ä solidão

Cantamos as avarezas

Cantamos a ingratidão

Quando em silencio profundo,

Não estamos com preguiça

Pensamos na injustiça

Que o homem faz nesse mundo

 E continuou no meu pensamento:

É por isso que cantamos

Pra sua atenção chamar

E graças ao Grande Deus

O senhor nos entendeu

Nos deixou livre a voar     

–   

(vavadaluz)

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