Primeiro roubaram a bolsa, depois o braço, por último levaram a estátua de Mané Caixa D´água, o pedestal ainda está lá perto do Tomás Mindello, é mais difícil de ser arrancado posto que feito de cimento, ferro e brita.
Achando pouco, os larápios invadiram os jardins da Academia Paraibana de Letras e levaram a bengala de Augusto dos Anjos, digo da estátua de Augusto. Ainda tentaram depredar a estátua, mas dada a solidez do concreto só provocaram pequenos dados.
Tempos atrás roubaram a estátua do poeta na Lagoa e melaram de tinta a outra que abria a galeria com o seu nome na Duque de Caxias, como se, de repente, nascesse na Paraíba um grupo inimigo da poesia e dos poetas, bandidos amargurados que nunca degustaram um poema, um soneto.
O medo que faz é, quando não existirem mais estátuas, passarem a atacar os poetas vivos. Aí teremos que nos juntar para proteger Sérgio de Castro Pinto, Raniery Abrantes, Oliveira de Panelas e outros que habitam a ex-pacata Cidade das Acácias.
Tião Lucena