Pular para o conteúdo

Blog do Vavá da Luz

Juíza de Santa Catarina anula concurso feminino de beleza por não premiar homem

IDEOLOGIA DE GÊNERO

Juíza de Santa Catarina anula concurso feminino de beleza por não premiar homem

A juíza Renata Mendes Ferraço alega que os votos do deputado estadual Jessé Lopes (PL-SC), que era jurado do concurso de beleza, não foram imparciais

Na última quarta-feira (19), uma decisão judicial contra o município de Ermo (SC) suspendeu o resultado final do concurso de beleza Rainhas e Princesas da VII Festa do Agricultor. A decisão foi dada pelo fato de o transexual conhecido como “Luiza” Maciel Inácio ter perdido para três mulheres. A decisão, proferida pela juíza de direito Renata Mendes Ferraço, alega que os votos do deputado estadual Jessé Lopes (PL-SC), que era jurado do concurso de beleza, não foram imparciais. 

Diz a juíza Renata na decisão: “Por consequência, para proteger o direito da autora, defiro parcialmente a tutela provisória postulada para determinar a suspensão da entrega dos prêmios às vencedoras do Concurso realizado na VII Festa do Agricultor para seleção da rainha e das princesas até o deslinde deste feito, sob pena de multa de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) em caso de descumprimento da medida.”

No processo (Nº 5002407-11.2023.8.24.0076/SC), Inácio alega que, em 14 de junho, tomou conhecimento de uma publicação feita pelo deputado nas redes sociais de suposto “cunho transfóbico”. Segundo Inácio, o parlamentar estaria “desseminando ódio e propagando preconceito” ao alegar que um homem biológico tiraria o lugar das mulheres de verdade no concurso e que a autora (da ação) ganharia o título somente em nome da lacração esquerdista

No dia 7 de julho, Lopes foi anunciado como um dos jurados, o que, segundo o transexual, demonstraria a parcialidade dos julgadores. Então, Inácio requereu a concessão da tutela provisória antecipada em caráter antecedente para determinar a suspensão do concurso, e retirar a premiação da nova rainha, Raíssa Miguel, da 1ª Princesa, Kailani Piazzoli de Moraes, e da 2ª, Ana Cristina de Souza Borba.

Reprodução: internet

 


Inácio, sobre sua vontade de ganhar, declarou no perfil do evento: “Quero ser soberana dessa grandiosa festa para homenagear todas as pessoas da nossa amada terra, de um povo amado, ditoso e gentil, que trabalha sob o sol da justiça e união”.

Lamentamos a decisão da juíza em suspender o concurso de ERMO/SC. Ermo e muito menos as lindas meninas vencedoras merecem passar por este constrangimento por conta de imposição ideológica dessa turma que moveu a ação“, disse o deputado.

 

Ataques

O deputado foi chamado de “criminoso, homofóbico e transfóbico” após as declarações nas redes sociais. Um dos apoiadores, que é filiado ao PT, e disputou como deputado estadual em 2022, se declara “policial antifascista” e “pai de uma princesa trans”, gravou vídeo com acusações ao deputado Lopes: “Criminoso, transfóbico e homofóbico, que transformou uma festa linda em um momento triste, simplesmente porque era uma mulher trans”.

Por sua vez, Jessé ironizou a situação e declarou: “Quem quiser um jurado bom para a escolha da rainha da festa do seu município, é só me contatar no WhatsApp. Garantia de tranquilidade durante toda a sua festa”.

Lopes publicou uma nota nas suas redes sociais, anunciando o fato e levantando questionamentos:

O resultado final do concurso viabilizado por meio do EDITAL PARA SELEÇÃO DE RAINHA E PRINCESAS DA VII FESTA DO AGRICULTOR DE ERMO (SC), que, em seu Art. 16, prevê claramente: “No desfile, as candidatas finalistas serão julgadas por jurados escolhidos sigilosamente pela Comissão Organizadora do Concurso, que não apresentem vínculo de parentesco e/ou profissionais com as mesmas, e que não residam no município de Ermo.” (…) “O número de jurados será ímpar, sendo a banca de júri composta por cinco (5) integrantes”. 

No Art. 17, é dito que “Os quesitos avaliados e pontuados serão: entrevista, beleza, postura, carisma e expressão corporal”.

Meus votos foram pautados exatamente em respeito a estes termos e critérios, independente de eu concordar ou não com a participação de pessoas trans nesses concursos.

Como a decisão, por ora, apenas suspende os efeitos do resultado do concurso até a decisão final do processo, aguardaremos a manifestação do município e os trâmites do processo.

Por fim, lamento a decisão da justiça e a prepotência da candidata em questão, ao se achar prejudicada por causa de UM jurado, sendo que éramos em CINCO. Foram 3 vencedoras e 9 perdedoras, mas só a pessoa TRANS achou ruim.

A cidade de Ermo não merece passar por esse constrangimento por conta da imposição ideológica dessa turma.

As candidatas do concurso eram:

  • Rosa Maria Fagundes Scarpari;
  • Vitória Vieira Perottoni;
  • Kailani Piazzoli de Moraes;
  • Ana Cristina de Souza Borba;
  • Saionara Custódio de Souza;
  • Livia Costa da Silva;
  • Raíssa da Silva Miguel;
  • Julli Pereira;
  • Maria Eduarda Eleuterio Casemiro;
  • Flávia Rocha Daniel;
  • Ana Luiza da Silva Borges;
  • Luiza Maciel Inacio, o transexual.

Leia a decisão na íntegra:

O fato ocorreu depois de outra polêmica parecida, quando o agente de saúde transexual, conhecido como Alessandra Aparecida Corrêa Joia, de 20 anos, foi eleito a “rainha do rodeio” de Boa Esperança do Sul, no interior de São Paulo, com 33.9% dos votos no concurso Rainha e Princesa do BES Rodeo Show.