Pular para o conteúdo

GENTE DA MINHA TERRA – ZÉ DA LUZ

Gente da minha terra – Severino de Andrade Silva, mais conhecido por Ze da Luz. Foi um alfaiate de profissão e poeta popular brasileiro. Publicava suas obras em forma de literatura de cordel. Nasceu em Itabaiana/PB e faleceu no Rio de Janeiro. Livros: Brasil Caboco e o Sertão em Carne e Osso.

 Se um dia nóis se gostasse;
 Se um dia nóis se queresse;
 Se nóis dois se impariásse,
 Se juntinho nóis dois vivesse!
 Se juntinho nóis dois morasse
 Se juntinho nóis dois drumisse;
 Se juntinho nóis dois morresse!
 [...]

 Trecho de "Ai! Se Sêsse!...", de Zé da Luz

As Flô de Puxianã
(Paródia de As “Flô de Gerematáia” de Napoleão Menezes)

Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!