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‘Foi uma infeliz coincidência’, diz ministro do Turismo sobre exoneração

‘Foi uma infeliz coincidência’, diz ministro do Turismo sobre exoneração

Marcelo Antônio, presidente do PSL de Minas Gerais, nega ter articulado candidaturas fantasmas para se beneficiar

BRASÍLIA — Exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro em decreto publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, disse que retornará ao cargo amanhã. Ele disse que o desligamento é temporário apenas para assumir a vaga de deputado federal por Minas. O parlamentar mineiro não tomou por posse junto com os demais deputados porque se submeteu a procedimento cirúrgico e estava hospitalizado.

O ministro negou que sua exoneração tenha relação com a reportagem publicada pela “Folha de S.Paulo”, que o denuncia em um esquema de corrupção de candidaturas laranjas em Minas Gerais. De acordo com o jornal, ele usou candidatos laranjas durante a campanha eleitoral do ano passado com o objetivo de amealhar uma fatia maior dos recursos públicos destinados ao financiamento eleitoral.

— Foi uma infeliz coincidência. Eu não tomei posse com os demais deputados porque eu fiz uma pequena cirurgia. Estava de licença médica e vou tomar posse hoje às 15h. E para tomar posse como deputado preciso estar exonerado do cargo de ministro. Amanhã, serei reconduzido para as continuidades do trabalho — disse ao GLOBO.

Deputado federal mais votado em Minas Gerais, Álvaro Antônio, eleito com 240 mil, disse que não se pode medir o número de votos pelo valor gasto pelo candidato.

— Fazer este tipo de ilação maldosa, dizer que a candidata é laranja porque gastou R$ 50 mil do fundo partidário e teve 800 votos. Isso é surreal. Não tem como medir o número de votos pelo o que a pessoa gastou. Então quer dizer que o presidente tinha que ser o (Fernando) Haddad (PT), que gastou 20 vezes mais que o presidente Jair Bolsonaro.

O ministro, que é presidente do PSL em Minas Gerais, reafirmou que todas a suas contas foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral.

— O PSL em Minas agiu 100% dentro da legislação eleitoral. Dizer que as pessoas são laranjas, atrelando a quantidade de voto com o valor gasto, é subestimar a democracia brasileira. Não tem como fazer uma analogia dessas.

Caso não tomasse posse como deputado, Álvaro Antônio perderia o mandato e um suplente assumiria definitivamente a vaga. A partir do ato da posse, ele ganha direito de se licenciar para ocupar o cargo de ministro.