O vira casaca
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Confesso que sinto uma imensa dificuldade em me acomodar a situações diversas daquelas nas quais acredito.
Não sei dizer, amanhã, que é bonito quem eu acho feio hoje.
Talvez seja o meu pior defeito.
Quem me conhece sabe disso.
Na década de 80 eu achava Burity um grande governador e a sua esposa, dona Glauce, a maior e melhor primeira-dama que já existiu.
Pois hoje, no século seguinte, continuo achando.
Pelos anos 90, considerei Chico Franca o grande prefeito de João Pessoa.
E Chico Franca continua sendo, pelo menos para mim, o grande prefeito de João Pessoa.
Além do amigo que me prestigiou na hora de maior precisão.
O tempo andou, veio Ricardo Coutinho.
Paparicado e apontado por gregos e troianos como o maior governador da história da Paraíba.
Vítima da covardia de amigos falsos e de outras intempéries que o tempo há de consertar, Ricardo viu os “amigos” fugirem do seu convívio.
Disse “amigos” entre aspas, porque os amigos sem aspas, entre os quais me incluo, não arredaram o pé.
Mas admiro muito os que mudam de opinião como quem troca de cueca.
Não faz muito tempo, um ser vivente vivia a dizer que determinado líder político não era nada, não passava de um zero à esquerda.
Agora o tal líder é apontado pelo tal ser vivente como a maior liderança política da Paraíba.
Uma metamorfose dessas nem Freud explica.
Que cousa!
Tião Lucena